De acordo com a pesquisa, esses pássaros não só conseguem contar, mas também podem responder de acordo com o numeral que estão vendo.
O estudo foi realizado por uma equipe do laboratório de fisiologia animal da Universidade de Tübingen, na Alemanha.
Segundo os cientistas, os corvos reconhecem e reagem aos números de uma maneira parecida com as crianças humanas quando estas aprendem a contar.
As descobertas, que foram publicadas na revista Science na quinta-feira (23/05), ajudam a aumentar o entendimento sobre a inteligência dos corvos.
“Ninguém deveria se surpreender que os corvos sejam ‘inteligentes’', disse Heather Williams, professora de biologia no Williams College em Massachusetts.
No mundo animal, contar não é exclusivo dos corvos. Chimpanzés, sapos e até formigas são capazes de entender valores numéricos de alguma forma.
A diferença para o que revelou o estudo é que os corvos conseguem associar números com valores e ainda contá-los em voz alta, emitindo sons específicos.
Não é de hoje que cientistas estudam as capacidades cognitivas dos corvos. Uma observação feita com corvos-da-nova-caledônia, por exemplo, mostrou que eles são capazes de criar suas próprias ferramentas para conseguir comida.
O gênero Corvus abriga um leque de mais de 45 espécies, cada uma com características únicas que as permitem se adaptar a uma ampla gama de habitats.
Cada espécie de corvo possui características únicas. Eles se adaptam aos mais diversos habitats, desde montanhas nevadas até florestas mais densas e desertos áridos.
O corvo-comum (foto), o maior dos corvídeos europeus, e o corvo-americano, famoso por sua inteligência e capacidade de imitar sons, estão entre as espécies mais conhecidas.
Os corvos são reconhecidos por sua inteligência excepcional, comparável à de primatas.
Essa inteligência se manifesta em diversos comportamentos, como a fabricação de ferramentas rudimentares com gravetos para alcançar alimentos escondidos ou a utilização de armadilhas para capturar presas.
Ao longo da história, os corvos carregaram uma simbologia complexa e variada. Em algumas culturas, eles podem representar morte, azar e mau presságio, associados à sua cor escura e hábitos necrófagos (que se alimenta da carne de animais mortos).
Em países como Japão e China, os corvos simbolizam sabedoria, inteligência, criatividade e poder transformador.
Na mitologia nórdica, por exemplo, o deus Odin era acompanhado por dois corvos, Huginn e Muninn, que lhe traziam informações do mundo.
Na cultura celta, os corvos eram associados à guerra e à morte, pois eram frequentemente vistos nos campos de batalha.
Já algumas tribos de indígenas americanos viam os corvos como criadores do sol ou como representantes do submundo.
Os corvos também possuem uma memória excepcional, sendo capazes de reconhecer rostos humanos e até guardar 'rancor' por longos períodos.
Além disso, os corvos se comunicam por de uma variedade de vocalizações, incluindo grasnidos, latidos e imitações de sons, formando um complexo sistema de linguagem.
Os corvos ganharam fama também na cultura pop. Em filmes como 'O Corvo' (1994) e 'Os Mensageiros' (2007), os corvos assumem o papel de mensageiros da morte, prenúncios de eventos trágicos ou até mesmo representantes do mal.
No clássico do suspense 'Os Pássaros' (1963), de Alfred Hitchcock, os personagens são aterrorizados e atacados por centenas de aves, entre elas os corvos.