Ele é considerado por muitos o pior cineasta da história.
O autor ficou conhecido por suas obras de terror e ficção científica. Uma dessas, “Plano 9 do Espaço Sideral”, viria a se tornar um clássico cult do cinema trash.
Inclusive, esse foi o último filme da carreira do ator Bela Lugosi – o eterno Drácula – , com quem Wood estabeleceu uma profunda amizade.
Wood se mudou para Hollywood em 1947, após servir na Segunda Guerra Mundial.
Nessa época, ele começou a escrever roteiros e dirigir alguns comerciais para a TV, além de alguns faroestes de baixÃssimo orçamento.
Fã assumido do também cineasta Orson Welles (foto), Wood decidiu seguir o ídolo e assim se assumir como um autor multifuncional.
Wood dirigia, produzia, escrevia e em alguns casos até atuava em seus projetos.
Acontece que, por conta de limites orçamentários e técnicos, suas obras ficaram marcadas por narrativas confusas, desconexas e efeitos visuais terríveis até mesmo para a época.
Em “Plano 9 do Espaço Sideral”, por exemplo, foi possível enxergar os cabos de sustentação que prendiam as naves espaciais, pedras de papelão e o uso de cortinas de chuveiro nas cabines de um avião.
Inclusive, foi durante as gravações de “Plano 9” que Bela Lugosi acabou falecendo.
Para substituí-lo, Wood achou melhor contratar o próprio dentista e assim, segundo o diretor, economizar mais tempo.
Outras características marcantes dos trabalhos de Wood são: a estética considerada cafona, reaproveitamento de imagens que não foram utilizadas em outras obras e a participação de atores e atrizes excêntricos.
Um desses atores foi o ex-lutador de luta livre sueco, Tor Jonhson, que chegou até a ganhar uma máscara que ficou muito popular nas festas de Halloween dos EUA.
Após sucessivos casos de depressão, Ed Wood faleceu em 1978, vítima de um ataque cardíaco.
Em 1980, Wood foi postumamente premiado com o The Golden Turkey Awards de Pior Diretor de Todos os Tempos.
O prêmio causou efeito inverso e fez despertar a curiosidade do público pelas suas obras e sua vida pessoal.
Justamente na vida particular, Wood era conhecido por sua excentricidade. Gostava, por exemplo, de se vestir com roupas que, na época, eram consideradas femininas.
Na sua biografia (Nightmare of Ecstasy: The Life and Art of Edward D. Wood Jr.), lançada em 1992, há alguns relatos curiosos.
Em um deles, a esposa de Wood, Kathy O’Hara, conta como a mãe do cineasta gostava de vesti-lo com roupas de menina quando ele ainda era criança.
Algumas dessas histórias foram retratadas na cinebiografia “Ed Wood” (1994), dirigida por Tim Burton.
Com Johnny Depp no papel principal, a trama se passa na década de 50 e explora, entre outros detalhes, a relação entre Wood e Bela Lugosi.
O longa sobre a vida do “pior cineasta de todos os tempos” chegou a faturar dois Oscars: Melhor Maquiagem e Melhor Ator Coadjuvante para Martin Landau.
Apesar de todas as críticas, há quem reconheça que Wood nunca deixou de ter perseverança e paixão por aquilo que fazia (foto: filme “Ed Wood”).