US$ 195 milhões (1 bilhão de reais). A venda de um quadro por este preço, num leilão da Christie's, em Nova York, chamou atenção do mundo. Trata-se de 'Shot Sage Blue Marilyn', de Andy Warhol.
A obra tornou-se a mais cara do século 20. Andy Warhol (foto) fez outros 4 quadros de Marilyn, todos com serigrafia, técnica que, segundo a casa de leilão, ele não voltou a usar por achar complicada.
A obra destaca, em cores irreais, uma atriz que marcou a história do cinema como o maior símbolo sexual de todos os tempos.
Nascida Norma Jean Mortenson, em 1/6/1926, ela teve uma vida difícil na infância. Nunca soube quem era seu pai biológico.
Além de problemas financeiros, sua mãe se sentia mentalmente despreparada para cuidar da criança. Norma viveu em orfanato e na casa de pessoas de quem sofreu abuso (como revelaria mais tarde).
Para viver numa casa própria, ela casou-se cedo, aos 16 anos, com James Dougherty, que tinha 21 e trabalhava na Lockheed Corporation, uma empresa aeroespacial.
Quando ele foi para a II Guerra Mundial, Norma foi morar com os sogros e começou a trabalhar numa fábrica.
Na fábrica, junto com colegas, ela foi fotografada para uma campanha e chamou atenção pela beleza.
Um agente de cinema a convidou para um teste e ela foi contratada pela 20th Century Fox. Mas o nome não agradou. E, juntos, ela e o agente escolheram Marilyn (de Marilyn Muller, estrela da Broadway) e Monroe (sobrenome de solteira da mãe de Norma).
Norma, então, passava, naquele momento, a ser Marilyn Monroe. Em 1946, ela divorciou-se para se dedicar apenas à carreira de atriz. E virou loira platinada, o que acabou tornando-se uma marca.
Com o passar do tempo, Marilyn foi se consagrando no papel de mulher fatal. Ela fazia comédias românticas, sempre como a mais provocante em cena.
Quando descobriram fotografias que Marilyn havia feito sem roupa, houve um burburinho grande, mas isso só serviu para alavancar ainda mais o interesse do público por ela.
Incomodada com as referências à sua beleza em detrimento do talento, Marilyn estudou artes cênicas para aprender as técnicas de interpretação.
Ela estudou, inclusive, no prestigiado Actors Studio, onde grandes nomes da interpretação se formaram.
Marilyn tentava afastar o estereótipo de loira burra, que surgiu no filme 'Os Homens Preferem as Loiras', em que ela contracenava com Jane Russell.
Porém, foi justamente este filme que levou ambas a imortalizarem mãos e pés no pátio do Grauman's Chinese Theatre
Paralelamente à carreira nas telas, Marilyn tinha uma vida amorosa de altos e baixos, cheia de relacionamentos, sempre dando o que falar.
Ela foi casada com o jogador de beisebol Joe DiMaggio (1954-1955) e com o dramaturgo Arthur Miller (1956-1961 - foto) . Mas teve vários casos, com Marlon Brando e Frank Sinatra, entre outros.
Instável no amor, mas leal aos amigos. Uma das divas do jazz, Ella Fitzgerald recebeu um empurrão no começo da carreira. Por causa do racismo nos EUA, ela não podia fazer show na principal casa: Mocambo. Marilyn fez acordo com o dono: sentaria na primeira fila em todos os shows, para atrair visibilidade. Deu certo.
A amizade entre Marilyn e Ella tornou-se uma espécie de símbolo na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.
Marilyn Monroe, apesar do sucesso no cinema, sofria de insegurança e seus problemas foram se agravando.
Em 1959, ela aceitou fazer 'Quando Mais Quente Melhor', de Billy Wilder, embora o papel caísse no estereótipo de loira burra. A oferta de 10% dos direitos foi tentadora.
O filme acabou sendo uma conquista, pois é um dos melhores já realizados, e rendeu a Marilyn o Globo de Ouro de Melhor Atriz, além de elogios da crítica.
Os bastidores, porém, foram complicados. Ela se atrasava, esquecia as falas e precisava repetir cenas diversas vezes, causando irritação, principalmente, em Tony Curtis (na foto, em cena com Marilyn).
O último filme de Marilyn Monroe foi 'Os Desajustados' (1960), coincidentemente o último também de outro ídolo do cinema: Clark Gable.
Os problemas emocionais de Marilyn fizeram com que ela recorresse a remédios. Em 5/8/1962, ela foi encontrada morta, no quarto de sua casa em Los Angeles, e o laudo apontou excesso de barbitúricos.
A quantidade de comprimidos era tão grande que a morte foi considerada suicídio. Marilyn tinha 36 anos.
Logo surgiram, porém, especulações sobre uma conspiração envolvendo assassinato. A atriz teria sido morta por motivos políticos, para esconder algo relacionado à família Kennedy. Na foto, a notícia 'Marilyn morta'
8Todos comentavam sobre os supostos relacionamentos amorosos de Marilyn com Robert Kennedy, e até com o irmão dele, o presidente John Kennedy.
As suspeitas ficaram mais fortes quando, na celebração do aniversário de 45 anos de Kennedy, no Madison Square Garden, Marilyn cantou Parabéns pra Você de um jeito provocante e sedutor.
A ausência da primeira-dama Jackie Kennedy reforçou a tese de que Marilyn e John eram amantes. Mas é possível que Jackie não tenha faltado por outra razão: a cerimônia tinha um objetivo de arrecadação de campanha - tipo de evento ao qual ela nunca comparecia.
Até hoje, a figura de Marilyn Monroe atrai pela complexidade do seu perfil: bela, talentosa, insegura, triste, sedutora, rica, discriminada.... uma lista que não acaba de contradições.
Fica a memória da atriz que encantou o mundo e que partiu cedo demais. Ícone cultural retratado por artistas em diversas formas de expressão, como nesta pintura 'Pink Marilyn', de James Gill, de 2008.
Fechamos a galeria com uma imagem icônica: Marilyn na clássica cena do vestido esvoaçante em 'O Pecado Mora ao Lado' (1954).