Estima-se que sua migração para o Ocidente tenha iniciado por volta do século 10, percorrendo a Pérsia, a Ásia Menor e a Europa.
Os ciganos são conhecidos por sua vida nômade, muitas vezes vivendo em comunidades itinerantes e viajando constantemente de um lugar para outro.
Ao longo dos séculos, o povo cigano enfrentou perseguições e discriminações, mas também se adaptou e enriqueceu as culturas dos países por onde passou.
Os costumes ciganos variam de acordo com a região e o grupo específico, mas alguns elementos são comuns em muitas comunidades. Veja agora alguns dos hábitos mais frequentes na cultura cigana!
Família: A base da cultura cigana é a família extensa, com forte ênfase nos laços de sangue e no respeito aos mais velhos. As decisões importantes são tomadas em conjunto, e a comunidade se apoia mutuamente.
Língua: A língua Romani é um idioma indo-europeu com diversas dialetos. Apesar de muitos ciganos dominarem a língua do país onde residem, a língua Romani preserva sua identidade cultural.
Religião: A maioria dos ciganos não seguia uma religião específica; eles costumavam aderir à crença de onde estivessem vivendo, ou seja, poderiam ser católicos, ortodoxos, evangélicos, espíritas ou mesmo muçulmanos.
No geral, o povo cigano costuma ter um conjunto de crenças e princípios a serem seguidos, ainda que não adorem a figura de um Deus em específico.
Música e Dança: A música e a dança são elementos centrais da cultura cigana. Ritmos e melodias vibrantes são frequentemente acompanhada por instrumentos como violão, acordeão e pandeiro.
A dança cigana é expressiva e sensual, transmitindo alegria, emoção e liberdade.
Trabalho: Tradicionalmente, os ciganos se dedicavam a atividades itinerantes como comércio, artesanato, ferrageamento e adivinhação. Hoje em dia, muitos ciganos também trabalham em áreas como música, artes, educação e saúde.
Hoje, os ciganos estão espalhados por todo o mundo, com estimativas que variam entre 10 e 20 milhões de pessoas.
Os três países com maior população cigana são: Estados Unidos (aproximadamente 1 milhão), Brasil (cerca de 800 mil) e Espanha (aproximadamente 710 mil).
Além desses, Turquia, Sérvia, Romênia, Bulgária, França e Eslovênia também têm uma população cigana significativa.
Os ciganos vieram para o Brasil junto com os exploradores portugueses. As autoridades de Portugal viram nos lugares distantes do império uma chance de se livrar dessas pessoas que eles julgavam não serem bem-vindas.
Os ciganos enfrentaram preconceito na Europa e isso continuou nas Américas. Um dos motivos para esse preconceito era o modo como viviam. Enquanto a maioria das pessoas vivia em um lugar só, os ciganos se moviam de um lugar para outro.
Além disso, eles não tinham leis escritas, algo comum naquela época. Apesar de terem aceitado o cristianismo, praticavam alguns atos que a Igreja não gostava, como tentar prever o futuro.
Durante o surgimento das monarquias nacionais na Europa, os ciganos foram perseguidos, assim como outras pessoas que não seguiam a fé católica, como judeus e muçulmanos.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os ciganos foram alvo de perseguição e foram colocados em campos de concentração pelos nazistas.
Estima-se que cerca de 250 mil ciganos tenham sido mortos nesse período, principalmente na Croácia, onde quase toda a população cigana foi exterminada.
A cultura cigana foi tema da escola de samba Imperatriz Leopoldinense no carnaval carioca de 2024. A inspiração para o enredo veio da Cigana Esmeralda, personagem dos contos de Leandro Gomes de Barros.
Na primeira ala da escola, que faz parte do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, dezenas de ciganos de verdade participaram do desfile, inclusive algumas mulheres de perna de pau. A ala se chamada de “Caravana em Festa”.