Há 49 anos, em abril de 1975, a capital do então Vietnã do Sul foi tomada pelas forças do exército norte-vietnamita, no capítulo final de um dos conflitos mais famosos do período da Guerra Fria, na segunda metade do século XX.
A Guerra do Vietnã durou duas décadas, entre 1955 e 1975, e opôs o Vietnã do Norte, governado por Ho Chi Minh, aliado da União Soviética comunista, e o Vietnã do Sul, sob o comando de Ngo Diem Dinh, apoiado pelos Estados Unidos.
A divisão do Vietnã em dois territórios foi definida na Conferência de Genebra, em 1954, após o fim da guerra da Indochina, episódio que encerrou a colonização francesa na região - dominação que englobava também Laos e Camboja.
A Conferência de Genebra previa a realização de eleições gerais que definiriam a unificação das duas partes do Vietnã. O governo do sul, porém, não aceitou participar do pleito e a tensão escalou.
Com a ação de guerrilheiros e exércitos, o conflito se desenvolveu nos anos seguintes. Ficaram famosos à época os vietcongues, guerrilheiros da Frente Nacional de Libertação que compunham as forças militares do norte.
Embora dessem suporte material e estratégico às forças do sul desde o início, os Estados Unidos só entraram de fato na Guerra do Vietnã nos anos 60, com o envio de forças militares à região. A decisão de enviar homens aos campos de batalha na Ásia foi do governo Lyndon Johnson, presidente que assumiu a Casa Branca após o assassinato de John Kennedy.
Travado em ambiente selvagem, hostil, nas matas do Vietnã, o conflito se arrastou por anos e o governo dos Estados Unidos passou a sofrer pressão cada vez maior da opinião pública para retirar as tropas do conflito.
Segundo as estimativas de historiadores, a Guerra do Vietnã deixou mais de três milhões de mortos, sendo dois milhões deles civis.
Nas horas que antecederam a chegada das tropas comunistas a Saigon, os Estados Unidos realizaram a Operação Vento Constante, um imenso plano de emergência para evacuar civis e militares da cidade com a utilização de helicópteros.
Em 1976, ano seguinte à tomada de Saigon, o governo vietnamita rebatizou a cidade como Ho Chi Minh, em homenagem ao líder comunista morto em 1969.
Embora a capital do Vietnã atual seja Hanói, a cidade mais populosa do país é Ho Chi Minh, centro financeiro e um importante destino turístico no sudeste asiático.
A antiga Saigon é uma cidade portuária e foi a capital do Vietnã sob jugo francês por quase cem anos.
A população do Vietnã é de pouco mais de 98 milhões de habitantes, o que coloca o país na 13ª colocação entre os mais populosos do mundo. Em Ho Chi Minh (HCMC na sigla em inglês) vivem cerca de 13 milhões de pessoas.
A cidade oferece ao visitante um visual moderno às margens do rio Saigon, mas preserva construções tradicionais, o que proporciona a convivência do novo com o histórico.
Construções se destacam em prédios como o do Palácio da Reunificação, os correios e a catedral. Há muitos vestígios na cidade da arquitetura francesa.
Ainda que carregue o nome de um líder comunista, Ho Chi Minh é o centro financeiro do Vietnã. Shoppings e avenidas comerciais estão repletos de lojas de grifes famosas do capitalismo ocidental.
Uma característica de Ho Chi Minh que costuma causar apreensão em turistas é o trânsito caótico, sem muitas regras, e com milhares de motos.
Há alguns pontos de visitação clássicos de Ho Chi Minh, como o Museu da Guerra, o Palácio da Reunificação, o Correio Central e a Basílica de Notre Dame, erguida por colonos franceses em 1863.
Ho Chi Minh também oferece alguns pólos gastronômicos. Nos passeios pelos distritos da cidade o visitante encontra vendedores de comida com pratos variados da culinária local.
A culinária vietnamita ganhou destaque nos últimos anos pela reputação de uma das mais saudáveis do mundo. Ela conta com influência das cozinhas francesa, chinesa e tailandesa.