O assassino desafiava jornalistas e investigadores a descobrirem sua verdadeira identidade. A assinatura nas cartas era um símbolo: uma cruz com um círculo no meio.
Ele usava roupa preta com o símbolo, além de capuz e óculos. Em agosto de 1969, o professor de História Donald Harden e a esposa Bettye desvendaram uma mensagem, que dizia 'gosto de matar porque é muito divertido' e 'renascerei no paraíso e os que eu matei se tornarão meus escravos'.
Duas vítimas do Zodíaco sobreviveram e, por isso, foi possível fazer o retrato falado. Em 24/04/1974, a última carta atribuída a ele foi recebida pela polícia. O assassino confessava 37 homicídios. Sete vítimas foram confirmadas.
O caso foi um dos mais intrigantes da polícia americana, pois ninguém conseguia identificar o assassino. As investigações foram arquivadas pelo Departamento de Polícia de São Francisco em abril de 2004, mas reabertas três anos depois. Surgiu uma suspeita na cidade de Sacramento.
Um homem apontou o padrasto como Assassino do Zodíaco. O FBI (serviço de inteligência) examinou um capuz, uma faca com sangue, cartas e fotografias. Mas a suspeita não foi confirmada, por falta de provas.
Identificar o Assassino do Zodíaco era tão desafiador que detetives se interessaram em buscar elementos para investigação independente. O caso atraía a atenção na TV. Falsos criminosos deram entrevistas por telefone como se fossem o serial killer.
Em outubro/2021, finalmente, um grupo afirmou ter desvendado o mistério. Quarenta detetives, jornalistas, analistas e oficiais da inteligência militar - os Case Breakers - apontaram Gary Francis Poste. Veterano da Força Aérea, pintor de paredes, vivia em High Sierras com mulher e enteado. Uma testemunha disse que ele recrutava jovens para uma gangue criminosa.
Os Case Breakers afirmam que, entre outras evidências, cicatrizes na testa de Poste combinavam com as de um esboço do criminoso. E o nome completo dele era a chave para decifrar as mensagens. Poste morreu em 2018, sem pagar pelos crimes.
O caso foi retratado no filme 'Zodíaco', com Robert Downey Jr, Jake Gyllenhaal (ambos na foto) e Mark Ruffalo (2007). A produção mostra como jornalistas do San Francisco Chronicle, paralelamente à atuação da polícia, tentaram decifrar os enigmas do criminoso.
Outros crimes de serial killers também inspiraram filmes. Um dos mais impactantes é 'Ted Bundy', sobre Theodore Bundy, que assassinou dezenas de mulheres nos anos 70. O filme tem a perspectiva da esposa, que nunca havia percebido o verdadeiro caráter do marido.
Sobre a relação com família e amigos, Bundy declarou: 'Queremos acreditar que conseguimos identificar pessoas perigosas, mas o mais aterrador é que não podemos. As pessoas não se dão conta de que convivem com assassinos em potencial'.
Preso pelos assassinatos, Ted Bundy chegou a fugir mais de uma vez da cadeia. A cada fuga, cometia novos crimes. Ele confessou o assassinato de 36 mulheres. Mas o número de vítimas pode ser bem maior. Ele dirigia um Fusca (foto) e oferecia carona às vítimas.
Formado em Direito e Psicologia, Bundy fazia a sua própria defesa nos julgamentos. Para alÃvio da sociedade, ele foi condenado à morte: executado na cadeira elétrica, na Prisão Estadual da Flórida, em 24 de janeiro de 1989.
Outro filme perturbador é 'Retrato de um Assassino' (1986), sobre o maníaco Henry Lee Lucas, responsável pela morte de cerca de 600 pessoas entre 1975 e 1983. Muitas vezes, agiu com um parceiro: Ottis Toole. Ambos foram condenados à prisão perpétua.
O filme 'Caçada ao Assassino BTK' (2005) conta a história do psicopata autointitulado BTK (Bind-Torture-Kill) que agiu por 17 anos no Kansas. Ele mandava cartas à polícia contando sobre os crimes. Dennis Rader foi identificado, preso e condenado à prisão perpétua em 2005.
'Dahmer - Mente Assassina' (2002) mostra os horrores praticados por Jeffrey Dahmer, assassino de 17 homens e garotos entre 1978 e 1991. Seus crimes envolviam estupro, necrofilia e canibalismo. Condenado à prisão perpétua, foi morto por outro detento na cadeia, no Wisconsin, em 1994.
'The Gray Man' (2007) fez uma viagem até as primeiras décadas do século XX para retratar os crimes hediondos de Albert Fish, pedófilo, sadomasoquista e canibal suspeito de quase 10 mil mortes. Fish foi executado em 16/01/1936, aos 65 anos, na cadeira elétrica.
'Cidadão X' (1997) mostra a perversidade do soviético Andrei Romanovich Chikatilo, conhecido como Açougueiro de Rostov, O Estripador Vermelho e O Estripador de Rostov. Confessou o assassinato de 53 pessoas entre 1978 e 1990. Foi condenado à morte (com um tiro), em 1994, aos 57 anos.
'To Catch a Killer' (1992) mostra a história de John Wayne Gacy, homem de negócios, vizinho prestativo e palhaço amador que divertia crianças antes de revelar uma face horripilante. Estuprou e matou cerca de 30 garotos e jovens, de 9 a 27 anos. Condenado à morte por injeção letal em 1994.
'Jack, o Estripador' (1988) é um filme de 1988 (na foto, o cartaz) sobre um dos mais famosos assassinos da história. Matava prostitutas em 1888, na Londres vitoriana, desafiando a Scotland Yard a identificá-lo - o que nunca aconteceu.
O interesse do público por suspense policial fez com que serial killers fictícios se tornassem blockbusters, como Jason (Sexta-Feira 13) e Michael Myers (Halloween). Mas as histórias de criminosos como o 'Zodíaco' (foto) chocam pelo fato de serem reais e por exporem o terror ao qual as vítimas foram, de fato, submetidas.