As minúsculas máquinas foram criadas por pesquisadores das universidades americanas de Vermont, Tufts e Harvard
Os robôs chamados de 'xenobots' foram programados com o uso de células-tronco de rãs e são os primeiros na história com esse tipo de tecnologia para se autorreplicarem.
As células-tronco são células que basicamente possuem a capacidade de se transformar em qualquer célula de um organismo. São retiradas do ser vivo e incubadas.
O nome xenobot é justamente por causa da espécie de rã escolhida para a experiência: a Xenopus laevis.
O objetivo da pesquisa é permitir o acesso a áreas onde os seres humanos não podem ir por questões de segurança.
Entre os lugares que entraram na mira dos cientistas para a utilização dos xenobots estão os terrenos contaminados por radioatividade.
O lixo radioativo, quando descartado da forma errada e em lugares impróprios, torna o solo infértil e perigoso, podendo causar danos irreversíveis à saúde do homem.
Outra função dos xenobots pode ser o recolhimento de microplásticos no mar, evitando problemas para a saúde dos peixes que engoliriam a poluição e das pessoas que consumiriam os peixes com microplásticos - um sério problema ambiental e de saúde pública da atualidade
O plástico tem sido um dos principais problemas para a Ecologia, causando não apenas danos ambientais, mas mortes de animais marinhos, que engolem o plástico espalhado pela água.
Os cientistas também apontam a utilidade dos xenobots na Medicina. Por exemplo, ajudando no delicado procedimento de desobstrução de artérias.
Os estudos para a criação dos xenobots haviam sido anunciados em 2020 pelos pesquisadores norte-americanos.
Os cientistas classificam esse tipo de robô como 'organismo vivo, mas programável', o que causa perplexidade diante de algo que até então era impensável.
Para fazer o experimento, os pesquisadores usaram um supercomputador que, tendo como base as células de rãs, desenvolveu o robô por meio de algoritmos e outros métodos matemáticos e científicos.
Curiosamente, o xenobot tem um formato que lembra o Pac-Man, famoso game que fez sucesso nos anos 80
O xenobot tem menos de um milímetro de largura. E para fazê-lo são necessárias 3 mil células-tronco da pele da rã africana
A reprodução acontece de forma espontânea quando células soltas vão se agregando umas às outras e acabam virando um novo robô.
Diante de questionamentos sobre o risco que um robô desse tipo poderia representar, os cientistas garantem que eles são inofensivos.
A pesquisa foi parcialmente financiada pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançados de Defesa, uma agência federal que supervisiona o desenvolvimento de tecnologia para uso militar.
Os cientistas dizem que os xenobots não sobreviveriam fora do laboratório, são facilmente extintos e passam por monitoramento permanente de especialistas em ética.