Marcelo Osanai, de 38 anos, e seu amigo, um suíço de 52 anos, conseguiram entrar em um pequeno bote salva-vidas e foram resgatados por um petroleiro argentino no meio do Oceano Atlântico.
No total, três pessoas estavam no veleiro que naufragou. O comandante suíço, Benno Frey, de 72 anos, não conseguiu sair a tempo e acabou morrendo afogado.
O resgate aconteceu na tarde do dia 14 de março, algumas horas depois do naufrágio.
Em entrevista ao g1, o pai do brasileiro, Nelson Osanai, relatou: 'Eu não conseguia nem falar, a gente ficou emocionado, podíamos ter perdido nosso filho, ele quase morreu'.
Segundo o pai, eles se falaram momentos depois do resgate: “Ele falou que estava bem de saúde, mas que ficou abalado e não quis falar do incidente'.
'Tanto ele como o Balthasar [o amigo] passaram por um momento difícil e traumático, e eles querem um tempo para processar [o que aconteceu]”, completou o pai do brasileiro.
Quatro dias após o naufrágio, em 18 de março, Marcelo e Balthasar chegaram à África do Sul.
Segundo o g1, o irmão de Marcelo, que mora na Suíça, estava esperando por ele na Cidade do Cabo, capital da África do Sul.
Ambos foram resgatados em boas condições de saúde e o brasileiro está recebendo assistência da Embaixada do Brasil na África do Sul.
O brasileiro disse que não tem certeza do que aconteceu: 'O barco dele colidiu com algo. Os especialistas dizem que esses acidentes podem acontecer com contêineres que caem no mar e ficam boiando. Pode ter sido isso'.
O pai contou que, antes do incidente, ele e a esposa estavam monitorando a embarcação do filho por meio de tecnologias de localização.
'A gente recebia mensagem da posição do veleiro todos os dias, entrávamos em um site e sabíamos onde ele estava. Nós estávamos relativamente tranquilos, ele estava curtindo o trajeto. Ainda bem que o veleiro era moderno e tinha aparatos de rastreamento', disse.
Quando recebeu a primeira ligação do filho, Nelson confessou que achou que era um golpe por conta do código, que era de outro país.
O brasileiro partiu do Rio de Janeiro no dia 27 de fevereiro a bordo do veleiro suíço Nina Pope.
O barco chegou a fazer uma parada no território britânico ultramarino de Tristão da Cunha, no meio do Oceano Atlântico, no dia 12 de março.
Segundo a Autoridade de Segurança Marítima da África do Sul (Samsa), o aviso chegou por volta da meia-noite de 14 de março, informando que um grupo de marinheiros estava em apuros.
O barco tinha 5 metros de largura e cerca de 16 metros de comprimento.
Ainda segundo a Samsa, o brasileiro e o suíço levaram dispositivos de emergência que continuaram enviando informações precisas de localização, o que facilitou o resgate.
A partir dessas informações, o Centro de Coordenação de Resgate Marítimo da Cidade do Cabo enviou uma mensagem por rádio a um navio petroleiro que tinha saído da Argentina e estava navegando em um local próximo do naufrágio.
No início da tarde do dia 14, o navio petroleiro reportou que havia localizado um bote salva-vidas com dois sobreviventes.
Logo depois, a embarcação foi direcionada para realizar o salvamento. O mar estava bastante agitado no momento, com ondas chegando a 8 metros de altura e ventos de 74 km/h.