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Idosa morre após cirurgia para retirar ‘bebê de pedra’ no MS


Por Flipar
reprodução redes sociais

Ela descobriu a condição por acaso, depois de ir à uma consulta no Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, em Ponta Porã (MS).

divulgação / governo ms

Segundo o hospital, Daniela Almeida Vera deu entrada na unidade no dia 14 de março com um quadro de infecção grave.

Ben Kerckx por Pixabay

Depois de um tempo, a mulher passou a ter dores e mal-estar e decidiu procurar atendimento novamente. Ela foi internada 10 dias depois.

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Depois de uma bateria de exames, o hospital informou que 'foi detectada uma condição rara chamada de litopédio', durante um exame de imagem.

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Litopédio é um acontecimento raro que se caracteriza pelo óbito de um feto durante a gravidez, seguido pela calcificação dele dentro do abdômen da mulher.

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A equipe médica desconfiou que o 'bebê de pedra' estava na barriga da idosa há pelo menos 56 anos, que foi quando ela ficou grávida pela última vez.

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“A partir da infecção constatada, equipe médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) decidiu pela realização cirúrgica de emergência, com a finalidade de remover o feto e controlar o processo infeccioso”, comunicou a instituição, em nota.

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O hospital explicou que a cirurgia foi feita para tentar salvar a vida da mulher, pois ela estava com sepse, uma condição grave causada por uma infecção que se espalha pelo corpo.

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Infelizmente, mesmo com o procedimento cirúrgico, a idosa não resistiu e faleceu.

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Segundo o secretário de saúde de Ponta Porã, a senhora vivia em Aral Moreira, que fica a 84 km de distância do hospital.

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Ela já estava sendo tratada por uma infecção urinária em sua cidade. Como seu estado de saúde piorou, ela precisou ser levada para o hospital em Ponta Porã, onde os médicos suspeitaram inicialmente de câncer.

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Em entrevista, a filha da idosa, Rosely Almeida, de 21 anos, disse que a mãe tinha medo de ir ao médico e sempre deu preferência a 'tratamentos alternativos'.

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'Ela era 'antiga' e somos indígenas. Ela não gostava de ir ao médico, tinha medo dos aparelhos para fazer exame', contou a filha.

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'A gente tá em choque, é muita tristeza. Ela era nossa mãe, a única que protegia a gente e agora ela se foi, ficamos meio perdidas', lamentou Rosely. A idosa deixa sete filhos e 40 netos.

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O hospital divulgou uma nota lamentando o falecimento da paciente e se solidarizando com familiares e amigos: 'Importante pontuar que a unidade manteve acolhimento e diálogo com os familiares, que ainda podem contar com apoio psicológico do hospital”.

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Essa não é a primeira vez que um caso desse tipo acontece no Brasil. Em 2023, se tornou viral nas redes sociais a história de senhora de 84 anos do interior do Tocantins, que descobriu que havia um feto calcificado de sete meses em seu corpo por mais de 40 anos.

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Na época, especialistas disseram que essa condição, embora seja muito rara, pode acontecer quando o feto acaba se desenvolvendo fora do útero.

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'Acontece quando é uma gravidez ectópica, em que o feto morre e não é reabsorvido pelo organismo da mãe e se calcifica. É como se se formasse uma concha de cálcio envolta do feto, 60% dos casos acontece com mulheres acima dos 40 anos”, explicou à CNN Mariana Betioli, obstetriz especialista em saúde íntima e CEO da Inciclo.

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Esses casos podem ocorrer quando não se retira o feto do corpo imediatamente após sua morte, muitas vezes devido à falta de conhecimento e acesso à saúde em comunidades carentes.

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“Normalmente a mulher não apresenta sintomas, por isso essa condição acaba sendo diagnosticada por acaso somente anos depois da gravidez”, disse a obstetriz.

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