Nos últimos meses, porém, os brasileiros têm sofrido com o preço do item que faz sucesso nessa época do ano.
Assim como em outras commodities, os preços do azeite são determinados pelo mercado internacional, onde a Europa representa 75% da produção mundial.
Devido à redução na produção de azeite em países como Espanha, Portugal e Grécia por conta de secas severas, o preço do produto aumentou em cerca de 40%.
Durante a Páscoa, os preços dos azeites já ficam mais altos naturalmente. Por conta disso, o Procon recomenda pesquisar antes de comprar.
Embora o Brasil tenha produtores de azeite reconhecidos mundialmente, a produção nacional não é suficiente para atender à demanda interna, resultando na importação de grande parte do produto.
O encarecimento do azeite já virou até meme na internet. Nas redes sociais, tem gente brincando sobre parcelar ou financiar um vidro de 500 ml de azeite extra virgem.
Um estudo realizado pela empresa de pesquisa de mercado Horus revelou que o preço médio de produtos de 500 ml de azeite virgem aumentou cerca de R$ 13 em um ano, passando de R$ 27 para R$ 40.
Curitiba é a capital com o preço mais alto do Brasil, onde uma garrafa custa em média mais de R$ 50. Logo atrás vêm Belo Horizonte e São Paulo.
Segundo especialistas, o aumento dos preços do azeite e outros produtos pode ter conexão com o aquecimento global e o fenômeno climático 'El Niño'.
'O El Niño, que tem provocado essas temperaturas médias acima do normal, deve prosseguir ao longo do primeiro trimestre. A gente só deve ver alguma reversão apenas na virada do primeiro para o segundo semestre do ano que vem', explicou Felippe Serigati, pesquisador do FGV-Agro, ao g1.
'A oliveira não é que nem por exemplo o milho que, a cada safra, você planta o milho novo. Não é essa a situação, ou seja, aquela planta, aquela oliveira que foi machucada por um excesso de calor, por uma escassez hídrica, essa cicatriz ela carrega para o próximo ciclo', concluiu Serigati.
O preço exorbitante do azeite não é exatamente algo novo no Brasil. O valor do produto alcançou o maior patamar dos últimos sete anos em dezembro de 2023.
Antes disso, a safra global de azeite em 2022 foi a pior da história, com uma queda de 26% em comparação com a média histórica.
“As secas fortes, a falta de chuvas e temperaturas médias maiores direcionam a agricultura para um cenário incerto”, disse Leonardo Johnson Scandola, vice-presidente da Associação Brasileira de Produtores, Importadores e Comerciantes de Azeite de Oliveira (Oliva), em entrevista à revista Exame.
A produção de azeite está enfrentando outro problema com a bactéria Xylella, que ataca as oliveiras e faz as árvores secarem.
Além disso, há os custos industriais, de energia e de embalagens que estão contribuindo para o aumento dos custos.
Sendo um dos maiores mercados consumidores de azeite do mundo, o Brasil está chamando a atenção de empresas estrangeiras que querem conquistar uma parte desse mercado.
No mundo, a Grécia é a campeã absoluta de consumo de azeite, com 22 litros anuais por pessoa.
Outros países como Portugal, Espanha, Itália e Tunísia também são alguns dos que mais consomem azeite.
A diversidade de azeites é vasta, com sabores e aromas que variam de acordo com a variedade da azeitona, o método de extração e o tempo de maturação.
Entre os tipos mais famosos estão o Extra Virgem (extraído a frio e sem produtos químicos) e o Virgem (com sabor frutado e acidez moderada).