“Na minha vida, nunca sonhei que estaríamos falando sobre medicamentos para pessoas como eu”, disse a apresentadora, durante um programa no horário nobre de segunda-feira (19/03) no canal ABC.
Nos últimos meses, drogas como Wegovy e Zepbound se tornaram populares nos Estados Unidos como medida para combater o sobrepeso.
Durante o especial de TV, Winfrey elogiou os medicamentos injetáveis, mas não mencionou nenhum pelo nome, o que poderia beneficiar muito qualquer um dos fabricantes.
A polêmica foi maior porque a apresentadora aproveitou deixou claro seu descontentamento com a empresa 'Weight Watchers' ('Vigilantes do Peso', na tradução), agora chamado de 'WW International Inc.'.
A 'Weight Watchers' é uma empresa global com sede nos EUA, fundada em 1963, que atua com o desenvolvimento de programas de emagrecimento personalizados.
A empresa também atuava no Brasil desde 1974, mas anunciou que encerraria suas atividades no país no início de março de 2024 .
A notícia da saída da empresa veio junto com o anúncio de que Oprah Winfrey deixaria o Conselho de Administração da 'Weight Watchers' até o fim de 2024.
O diretor de investimentos da 'Henssler Financial', Troy Harmon, comentou que a saída de Oprah do conselho da 'WW' é mais uma indicação de que as pessoas estão 'optando por usar medicamentos em vez de fazer mudanças em seu estilo de vida'.
Na ocasião, o executivo disse: 'Não ficaria surpreso se ela (Oprah) reaparecesse como porta-voz de um dos fabricantes de medicamentos'.
No programa, em uma discussão entre Winfrey e a atual CEO da 'WW', Sima Sistani, que estava na plateia, a apresentadora questionou sobre a necessidade da existência Weight Watchers quando já se tem acesso às injeções emagrecedoras.
A CEO respondeu: ''Weight Watchers' vai além de simplesmente perder peso, é sobre comunidade, educação e cuidado, essa é a nova filosofia da empresa'.
Winfrey não é a única celebridade a elogiar esses medicamentos para emagrecimento, mas seu apoio provavelmente terá impacto entre os seguidores que acompanham sua luta pública contra o sobrepeso.
Com as injeções ganhando destaque sobre as dietas e exercícios tradicionais, muitos não veem mais a necessidade dos serviços da 'Weight Watchers'.
Embora tenham ficado muito conhecidos, esses medicamentos ainda não são amplamente cobertos pelos planos de saúde nos EUA.
À medida que mais pessoas usam os medicamentos, surgem preocupações sobre seus possíveis efeitos colaterais e se há médicos suficientemente capacitados para prescrevê-los.
Durante o especial da ABC, uma reportagem mencionou rapidamente alguns efeitos colaterais, como náuseas e vômitos.
Segundo a médica Amanda Velazquez, do Cedars-Sinai Medical Center em Los Angeles, alguns pacientes tiveram reações adversas, mas ela minimizou e chamou os casos de 'exagerados'.
A previsão é que ele comece a ser disponibilizado ainda em 2024. Antes, o medicamento já era vendido nos Estados Unidos, Dinamarca e Noruega.
Esse é um novo medicamento que está sendo tratado como uma evolução do Ozempic, feito pela mesma empresa farmacêutica, a Novo Nordisk, que tem sede na Dinamarca.
O Wegovy tem uma dose injetável de 2,4 mg e deve ser usado uma vez por semana. Enquanto isso, o Ozempic é administrado em doses que variam de 0,25 a 1 mg do mesmo ingrediente ativo.
A diferença entre os dois medicamentos não está apenas na quantidade, mas principalmente na finalidade de uso. O Ozempic foi inicialmente desenvolvido para controlar a diabetes, mas devido ao seu efeito de redução do apetite, passou a ser usado 'off-label' para perda de peso.
A própria fabricante chegou a desencorajar esse uso, pois o medicamento não foi testado especificamente para essa finalidade.
Por outro lado, o Wegovy foi projetado para tratar pessoas com obesidade. No entanto, ele não é uma solução milagrosa: é recomendado usá-lo junto com uma dieta saudável e uma rotina de atividades físicas.
Ambos os medicamentos imitam a ação de uma proteína chamada GLP-1, que é produzida no intestino e regula o apetite. Com ela em circulação, o corpo se sente saciado mesmo sem ter comido, o que ajuda na perda de peso.
Contudo, o Wegovy pode ser tão perigoso quanto ou até mais que o Ozempic, devido à sua dose elevada. Efeitos colaterais como náuseas, sonolência, diarreia (ou prisão de ventre), azia e má digestão não são incomuns.