Imagens feitas por satélite e por tripulantes da Estação Espacial Internacional foram capazes de “flagrar” os chamados “círculos da vida”.
Os “círculos da vida” indicam que abaixo da área desértica no norte da África funciona uma imensa estrutura que abastece a Líbia de água doce.
Com uma rede de tubulações, o sistema capta e distribui a água do extenso aquífero para o país de quase sete milhões de habitantes.
As imagens feitas do espaço mostram círculos e manchas verdes que compõem um projeto de mais de quatro décadas.
Os círculos e as manchas são produto dos aspersores de irrigação da água do sistema.
Kufrah é o distrito do território da Libia em que as imagens foram gravadas pelos satélites.
O início das obras ocorreu em 1983, durante o governo ditatorial de Muammar Gaddafi (morto em 2011).
Gaddafi, dada a imensidão do projeto, o classificava de “oitava maravilha do mundo”.
Conhecido como Grande Rio Artificial, o megaprojeto é uma ampla rede subterrânea que tornou-se primordial para a sobrevivência da população da Líbia.
O maior aquífero de água fóssil do mundo tem cerca de dois milhões de quilômetros e abrange quatro países africanos (Sudão, Chade, Egito e a Líbia).
Localizado na parte oriental do Deserto do Saara, é chamado de Sistema Aquífero do Arenito Núbio.
A capital da Líbia, Trípoli, e outras cidades importantes do país dependem do Grande Rio Artifical para sobreviver.
Antes do imenso deserto, milhares de anos atrás, a região tinha lagos, rios e chuva, o que fazia desnecessário recorrer ao aquífero.
Algumas cidades da Líbia só se tornaram viáveis graças aos “círculos da vida”.
É o caso de Al Jawf, com fazendas irrigadas a partir da água retirada do aquífero.
Mesmo com o megaprojeto do aquífero, a Líbia ainda é o país do norte da África que mais sofre com falta de água.
A Líbia é um país africano do Magreb, região árabe, que reúne outras nações como Marrocos, Argélia e Tunísia.