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50 anos do incêndio do Joelma: Um trauma na capital paulista


Por Flipar
Desconhecido - Wikimédia Commons

O fogo no Joelma começou às 8h45, com curto-circuito num aparelho de ar-condicionado no 12º andar. As salas tinham divisórias e móveis de madeira, pisos acarpetados, cortinas de tecido e forros de fibra sintética, o que propiciou o avanço rápido das chamas. A temperatura no interior do prédio chegou a 700ºC.

Reprodução do site jovempan.com.br/noticias/

Muitas pessoas ficaram encurraladas nos escritórios e várias se jogaram pela janela. Num dos episódios mais dramáticos, uma mulher se jogou segurando o filho de 1 ano e meio, e a criança conseguiu sobreviver sobre a mãe.

Reprodução do facebook.com/CoronelTelhada/photos

Muitas pessoas foram ao terraço na esperança de resgate por helicóptero, como havia ocorrido dois anos antes, no incêndio do edifício Andraus. Mas não havia a mesma estrutura e as aeronaves não tinham como pousar.

Reprodução do site acervo.mis-sp.org.br/fotografia

Os resgates foram feitos com escadas magirus de 45 metros de extensão, mas o prédio tinha 25 andares. Foram 10 horas de combate ao incêndio e resgate de pessoas, em cenas que repercutiram no noticiário e deixaram traumas.

Reprodução do site tokdehistoria.files.wordpress

O prédio foi reaberto em 1978, depois de 4 anos de reforma e ganhou novo sistema de segurança. Hoje se chama Praça da Bandeira (rebatizado em 2000) e abriga salas comerciais.

Junius Domínio Público

Para muitos, o edifício é mal-assombrado. E a mística de maldição envolvendo o lugar é reforçada pelo Crime do Poço: em 1948, um rapaz matou a mãe e as irmãs e depois se suicidou. A casa da família (foto) ficava uma quadra à frente de onde o Joelma viria a ser construído.

Imprensa Paulista domínio público

Dois anos antes do incêndio no Joelma, em 24/2/1972, 16 pessoas morreram e 320 ficaram feridas num incêndio no edifício Andraus, também em São Paulo.

Reprodução do site megacurioso.com.br

O prédio comercial tinha 27 andares e o fogo começou com um curto-circuito nos cartazes da loja Pirani. Muitas pessoas se salvaram porque a laje permitia o pouso de helicóptero para resgate.

Folhapress wikimedia commons

Outros incêndios de grande porte também marcam a história de tragédias no Brasil.

RonaldPlett pixabay

Em 17/12/1961, 503 pessoas morreram quando o ex-funcionário Adilson 'Dequinha' Marcelino, por vingança, ateou fogo no Grande Circo de Niterói (RJ). Mais de 800 pessoas ficaram feridas. Ele foi preso.

Colunadogilson.com.br

Em 27/4/1976, 41 pessoas morreram e 60 ficaram feridas no incêndio do edifício onde funcionavam as Lojas Renner, em Porto Alegre (RS). Depois, o prédio foi implodido.

JB Scalco wikimedia commons

Em 14/2/1981, o Edifício Grande Avenida, em São Paulo, teve 14 dos 19 andares destruídos pelas chamas. O fogo foi causado pela sobrecarga elétrica no prédio. 17 pessoas morreram e 100 ficaram feridas.

Reprodução do site serieavenidapaulista.com.br Foto: Rosana Maria Machado Marques

Em 25/2/1984, pelo menos 93 pessoas morreram no incêndio que atingiu a Vila Socó, em Cubatão (SP). Ele número oficial já foi contestado.

Reprodução do site vellamo.eng.br

Pouco antes, 700 mil litros de gasolina vazaram de um duto da Petrobras. Não se sabe se o fogo foi causado por curto-circuito ou uma faísca de fósforo. Mas se alastrou rapidamente, atingindo 1.200 barracos e deixando 3 mil desabrigados.

Arquivo Prefeitura de Cubatão wikimedia commons

Em 17/2/1986, um curto-circuito no ar-condicionado no 9º andar causou um incêndio que matou 21 e feriu 50 pessoas no edifício Andorinhas, no Centro do Rio de Janeiro. A precariedade da estrutura de prevenção de incêndio e a falta de água em hidrantes dificultaram e atrasaram o combate às chamas.

Reprodução do site vellamo.eng.br

Em 20/6/2000, uma peça de roupa caiu no aquecedor na creche Casinha da Família, em Uruguaiana (RS), causando um incêndio que matou 12 crianças, que haviam sido deixadas sozinhas. A diretora da creche e uma auxiliar foram condenadas por homicídio culposo.

Reprodução do site vellamo.eng.br

Em 24/11/2001, o Canecão Mineiro pegou fogo, deixando 7 mortos e 197 feridos. A boate não tinha alvará nem proteção contra incêndio, que começou quando um músico acendeu um sinalizador.

Reprodução do site vellamo.eng.br

O caso do Canecão lembra o da Boate Kiss, em Santa Maria (RS), onde um músico acendeu um sinalizador causando incêndio em 27/1/2013. Mas o número de mortos foi bem maior: 242. E houve 636 feridos. A maioria não conseguiu encontrar a saída.

Leandro LV wikimedia commons

Em 5/10/2017, o vigilante noturno Damião Soares dos Santos, da creche Gente Inocente, em Jarnaúba (MG) ateou fogo em si mesmo, em uma professora e várias crianças. Um incêndio tomou conta do imóvel. Catorze pessoas morreram (incluindo o assassino) e 37 ficaram feridas.

Reprodução do site vellamo.eng.br/noticias

Em 8/2/2019, 10 jovens atletas da categoria de base do Flamengo, entre 14 e 17 anos, morreram num incêndio no Centro de Treinamento George Helal, o Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. Oito pessoas foram indiciadas nas investigações.

Studio MaxTV wikimedia commons