Na ocasião, 270 pessoas perderam a vida soterradas depois que uma grande quantidade de resíduos de mineração foi despejada nos arredores do Rio Paraopeba.
Além das vidas perdidas, o acidente deixou um dano psicológico nos sobreviventes e familiares das vítimas. Segundo um levantamento da prefeitura, em 2021, o uso de ansiolíticos e antidepressivos cresceu 31,4% em relação a 2018, ano anterior ao rompimento da barragem.
Até hoje a Vale S.A, empresa responsável pela mina, e sua subsidiária alemã, TÜV SÜD – que havia certificado a segurança da estrutura – não foram condenadas.
As investigações indicaram que os líderes tinham conhecimento do risco de rompimento da barragem.
O Ministério Público de Minas Gerais chegou a denunciar 16 pessoas, incluindo as empresas envolvidas no caso.
Neste momento, os acusados estão apresentando suas defesas e a TÜV SÜD está sendo processada na Alemanha, onde a empresa tem sua sede.
Em 2021, Ministério Público, a Defensoria Pública, o governo de Minas Gerais e a Vale estabeleceram um acordo de compensação pelos danos causados pela tragédia.
A ação estabelece o pagamento de R$ 37,68 bilhões em 160 projetos na Bacia de Paraopeba, incluindo monitoramento ambiental e obras de reconstrução.
Inclusive, está previsto o pagamento de compensações individuais (indenizações), mas esse processo ainda nem começou a se desenvolver nos tribunais.
Várias famílias das vítimas costuraram acordos diretamente com a Vale, sem esperar pela aprovação judicial.
A Vale informou que mais de 15,4 mil pessoas fecharam acordos, totalizando R$ 3,5 bilhões em indenizações feitas dessa forma.
Com base na acusação do Ministério Público Federal (MPF), os denunciados terão que responder por homicídio qualificado, crimes contra a fauna, a flora e crimes de poluição.
Segundo uma investigação feita pelo Núcleo de Assessoria às Comunidades Atingidas por Barragens (Nacab), que examinou 319 processos decididos no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), 75% das decisões foram contrárias aos afetados.
A Vale se pronunciou e declarou que já cumpriu 68% dos R$ 37,7 bilhões previstos em acordo.
Cinco anos depois da tragédia, três pessoas ainda não foram encontradas.
Ao longo desses cinco anos, aproximadamente 6 mil bombeiros de Minas Gerais se revezaram nas buscas na região do incidente.
As abordagens também mudaram com o tempo. Inicialmente, os bombeiros se aventuravam na lama e ‘enfrentavam’ os resíduos.
Depois de um tempo, passaram a ser utilizadas grandes esteiras, que funcionam como estações de triagem para o material.
Essas máquinas funcionam 24h por dia e o trabalho é realizado principalmente por observação visual.
Até o momento, já foram inspecionados 75% dos 11 milhões de metros cúbicos de resíduos. A introdução de tecnologia tem aumentado a eficiência do trabalho dos bombeiros.
O acidente em Brumadinho aconteceu quatro anos depois de outra tragédia: o rompimento de uma barragem em Mariana. Na ocasião, 18 pessoas morreram e uma nunca foi encontrada.
O Brasil tem mais de 50 barragens a montante, do mesmo tipo que colapsou em Mariana e Brumadinho. Deste total, 38 ficam em Minas Gerais.