Richard Morgan costumava trabalhar como operário e começou a se exercitar aos 70 anos.
Com 80% do seu corpo composto por músculos e apenas 15% por gordura, atualmente o homem possui uma condição aeróbica comparável à de alguém de 30 anos.
Estudiosos afirmam que seu percentual de gordura se assemelha ao de um Whippet (raça de cães atléticos).
O irlandês já percorreu o equivalente a quase 10 voltas ao redor do mundo com seu remo e conquistou quatro títulos mundiais nesse esporte.
Além disso, Morgan faz um treino diário de cerca de 40 minutos, sempre iniciando com uma remada de 30 km.
O ex-operário também inclui treinos de levantamento de peso para fortalecer seus músculos, bem como outras atividades que combinam intensidades altas e baixas.
Sua dieta também é rica em proteínas. Seu consumo diário costuma ultrapassar as 60 gramas indicadas para alguém de seu peso.
A condição do homem despertou a curiosidade de cientistas da Universidade de Limerick, na Irlanda.
Os pesquisadores monitoraram o coração, pulmões e músculos de Morgan enquanto ele praticava remo.
Segundo o estudo, publicado no Journal of Applied Physiology, o homem atingiu 153 batimentos por minuto, indo além da frequência cardíaca máxima esperada para alguém da sua idade.
Os cientistas concluíram que o irlandês tem um coração muito resistente, ficando entre os níveis mais altos já registrados para pessoas na faixa dos 90 anos.
“Foi um dos dias mais inspiradores que já passei no laboratório. É incomum ver um nonagenário em condições físicas tão primitivas”, afirmou Philip Jakeman, professor de envelhecimento saudável, desempenho físico e nutrição na Universidade de Limerick.
"Estudos notáveis até o momento demonstraram que o atleta master possui atributos fisiológicos superiores aos de indivíduos sedentários de mesma idade", observaram os pesquisadores.
Durante boa parte da vida, Morgan chegou a trabalhar como padeiro e depois atuou como operador químico no Japão e na Irlanda, onde reside atualmente.
Ele só começou a se exercitar há cerca de 20 anos.
Além disso, ele contou que segue uma dieta com bastante proteína, que é importante para desenvolver músculos e manter o metabolismo ativo.
Pesquisas recentes mostraram que pessoas com 65 anos ou mais que se exercitam têm um risco 28% menor de morrer por qualquer motivo em comparação com aquelas que não praticam atividades físicas.
Segundo um estudo de 2022 divulgado pela revista Circulation, pessoas que praticam atividades físicas intensas por 75 a 149 minutos por semana tinham um risco 19% menor de morrer por qualquer razão.
Já aqueles que fizeram de de 150 a 299 minutos de atividade por semana apresentaram um risco 21% a 23% menor.