A ideia, segundo o general Christopher Cavoli, líder da OTAN na Europa, é que os militares participem de exercícios conjuntos centrados em simular um "ataque russo".
Os treinos vão começar na próxima semana e devem se estender até meados de maio, conforme informado pelo líder.
Soldados da Suécia que pediram para participar do exercício também serão integrados.
Segundo Cavoli, "a aliança vai demonstrar sua habilidade para reforçar a região do Atlântico e da Europa com um movimento transatlântico de forças”.
De acordo com o general, as manobras não têm um motivo específico e fazem parte dos exercícios anuais da aliança.
No entanto, ele destacou que a convocação para as manobras deste ano é a maior desde 1988, durante a Guerra Fria, quando a aliança mobilizou 125 mil soldados.
Em uma das simulações, os militares praticarão um deslocamento rápido para a Polônia, país membro da Otan que fica ao lado da Ucrânia.
Durante outra parte do treinamento, os soldados vão visitar países que fazem fronteira com a Rússia, como Noruega, Letônia e Lituânia, que também fazem parte da Otan.
A OTAN informou que mais de 1.200 veículos de combate serão mobilizados para o exercício militar, incluindo pelo menos 50 navios – de porta-aviões a destróieres.
Também serão utilizados no exercício mais de 80 caças, helicópteros e drones, 133 tanques e 533 veículos de combate de infantaria.
Uma regra da OTAN diz que se um dos membros for invadido, automaticamente todos os outros respondem com o envio de tropas.
Em fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, o Kremlin alegou que o país estava se defendendo de uma suposta ameaça da OTAN.
Na época, a Ucrânia estava em negociações com a OTAN para uma possível adesão ao grupo. As conversas estão paradas desde então.
Depois do início da guerra, a Finlândia, que é vizinha da Rússia e tem uma fronteira de mais de 1.300 km com o país, optou por se juntar à OTAN.
A entrada da Finlândia na aliança foi aprovada por todos os membros, o que resultou no aumento para o dobro das fronteiras entre a OTAN e a Rússia.
Ao mesmo tempo em que ocorre esse movimento da OTAN, a Rússia intensifica seus ataques aéreos a grandes cidades na Ucrânia.
Especialistas analisam que a Rússia tenta demonstrar sua força, após vários meses sem conseguir progredir nas linhas de frente de batalha.
Nesse momento, as forças russas dominam cerca de 20% do território da Ucrânia, principalmente em regiões no leste e sul do país.
A OTAN foi estabelecida em 4 de abril de 1949, em um contexto pós-Segunda Guerra Mundial, quando as tensões geopolíticas e ideológicas entre os Estados Unidos e a União Soviética estavam aumentando.
Os fundadores originais do bloco foram: Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Canadá, Dinamarca, Islândia, Noruega, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo.
Na época, a principal razão para a criação da OTAN foi a preocupação com a segurança coletiva dos países ocidentais diante da ameaça percebida de uma expansão comunista liderada pela União Soviética.
Ao longos dos anos, a OTAN participou de várias operações militares, incluindo a Guerra do Golfo, a Guerra do Afeganistão e a intervenção na Líbia.