Na Itália, por exemplo, há previsão de 2.500 cabines no país, em 13 cidades, com novos telefones públicos, que, além de ligar, devem dar acesso a informações turísticas, dicas de entretenimento, emissão de bilhetes de transporte e recarregar smartphones.
O termo 'orelhão', adotado no Brasil, se deve ao formato do equipamento. Mas, para os brasileiros, orelhão virou sinônimo de telefone público, devido à popularização do nome, como ocorre com gilete para lâmina de barbear ou xerox para cópia.
Houve um tempo, em que para se fazer uma ligação na rua, era necessário entrar em uma fila.
Mas não podia falar por muito tempo. Era o tempo que durasse uma ficha. Se acabasse o tempo, era necessário colocar no telefone público outra ficha.
Muitos colecionavam fichas (redondas, como uma moeda) e cartões telefônicos especiais (de super-heróis, de ídolos nacionais ou de paisagens turísticas).
Mas, com a popularização dos celulares a partir dos anos 2000, os orelhões foram caindo em desuso.
Apesar da quase extinção, os orelhões resistem em muitas cidades espalhadas pelo Brasil.
Os dados de julho de 2023 extraídos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que existem 112.581 orelhões instalados em todo o Brasil.
Porém, por diversos motivos, apenas 74.433 estão em funcionamento no país.
Mais da metade dos telefones públicos ativos no Brasil fica na Região Sudeste, sendo 33,1 mil em São Paulo e 8,5 mil em Minas Gerais.
A cidade de São Paulo é a que tem mais orelhões em uso: são quase 7 mil.
Mas São Paulo, há dez anos, já teve 48 mil telefones públicos espalhados pela cidade.
As ligações por telefone público são tão raras que a média é de apenas uma ligação por dia em todo o Brasil.
Normalmente, os orelhões estão localizados em lugares públicos, como terminais de transporte, esquinas, praças ou centros comerciais.
O motivo da quase extinção dos orelhões é bem simples: no Brasil, são mais de 260 milhões de celulares habilitados.
Em dez anos, 800 mil telefones públicos foram desligados em todo o Brasil por falta de uso.
O cientista estadunidense Alexander Graham Bell inventou o telefone, em 1875.
Porém, a data que ficou marcada para a história da telefonia foi 10 de março de 1876. Afinal, nesse dia foi feita a transmissão elétrica da primeira mensagem completa pelo aparelho recém-inventado.
Em maio do mesmo ano, Graham Bell levou o telefone para a Exposição Internacional comemorativa ao Centenário da Independência Americana, na Filadélfia.
D. Pedro II, que fazia uma viagem histórica pelos EUA, visita a exposição. Bell o avisa sobre o invento e o imperador faz o teste (foto). A 150 metros de distância, Bell fala ao telefone. E Pedro II exclama: "Meu Deus, isto fala!"
Estava aberto o caminho para o telefone no Brasil. O aparelho chegou ao país em 1877, com o entusiasmo do imperador, e foi instalado no Palácio Imperial de São Cristóvão, localizado na Quinta da Boa Vista, hoje Museu Nacional, no Rio de Janeiro.