A escola, que tem seis títulos na história do carnaval carioca, atingiu o topo da playlist “Viral Rio de Janeiro BR” do serviço de streaming de música. Ela ficou à frente de Oruam, Felipe Ret e MC Cabelinho.
Com o enredo 'Pede caju que dá, pede caju que dou', a escola carioca abre os desfiles na segunda-feira do Grupo Especial (12/02). O samba-enredo foi composto pelo humorista Marcelo Adnet, Lico Monteiro, Paulinho Mocidade, Diego Nicolau, Richard Valença, Orlando Ambrosio, Gigi da Estiva, Cabeça do Ajax, com as participações especiais de Márcio de Deus e W. Corrêa.
Por outro lado, o fato de o samba da Mocidade liderar o “Viral Rio de Janeiro BR” não significa que ele é a música mais escutada na cidade. Mas sim a música mais em alta no aplicativo, que analisa os dados apenas dessa região em específico e segue três critérios.
A plataforma leva em conta se os streamings de uma música aumentaram recentemente; com que frequência as pessoas compartilham essa música e quantas pessoas descobriram essa música recentemente.
Outra escola que já havia ocupado o posto nas últimas semanas foi a Imperatriz Leopoldinense, atual campeã da folia carioca, com o seu samba baseado no enredo “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda”.
Além das duas verde e brancas, a Unidos de Padre Miguel, que divide o bairro com a Mocidade, chegou a ocupar a 11ª colocação da playlist com seu samba “O Redentor do Sertão”. A vermelha e branca da zona oeste desfila na Série Ouro, segunda divisão do carnaval carioca.
A proposta da Mocidade para o próximo carnaval é desvendar a brasilidade por trás do caju, fruta que foi um dos primeiros tesouros levados por colonizadores quando chegaram ao Brasil.
O caju é um exemplo de pseudofruto, que se constitui de duas partes. O fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho.
Originário do Brasil, o caju é rico em vitamina C e ferro e era alimento básico das populações autóctones. Muito antes do descobrimento do Brasil e da chegada dos portugueses, os tremembé já fermentavam o suco, o mocororó, que era e é bebido na cerimônia do Torém.
A partir do pseudofruto, preparam-se sucos, mel, doces, como cajuada, caju passas, rapadura de caju e o cajuzinho. Como seu suco fermenta rapidamente, pode ser destilado para produzir uma aguardente o cauim. Dele também são fabricadas bebidas não alcoólicas, como a cajuína.
O nome caju é originário do tupi e significa “noz que se produz”. A fruta faz parte da alimentação indígena há muitos séculos. Costumava-se mascar a polpa ácida e adstringente para refrescar o hálito e fermentar o seu suco para ser bebido em rituais folclóricos.
O método de extração da amêndoa da castanha de caju utilizado pelos indígenas era a sua torragem direta no fogo. O intuito era eliminar o "Líquido da Castanha de Caju" ou LCC. Depois do esfriamento, a quebra da casca para a retirar a amêndoa.
A amêndoa da castanha de caju é rica em fibras, proteínas, minerais (magnésio, ferro, cobre e zinco), vitamina K, vitamina PP, complexo B (menos a vitamina B12), carboidratos, fósforo, sódio e vários tipos de aminoácidos.
A mais antiga descrição do fruto é de André Thevet, em 1558, comparado este a um ovo de pata. Em seguida, Maurício de Nassau protegeu os cajueiros por decreto, e fez o seu doce, em compotas, chegar às melhores mesas da Europa. Ele é muito cultivado nas regiões tropicais da América, África e Ásia.
Os principais países exportadores de castanhas de caju (com casca) foram o Vietnã, Costa do Marfim e Gana (médias 1961-2021), e em média de 2010 a 2021 a Costa do Marfim, Vietnã et Tanzânia, respetivamente.
A produção de caju no Brasil é realizada quase que exclusivamente no Nordeste. A área ocupada com cajueiros no país foi calculada em 505,5 mil ha; desse total, 99,5% está localizado no Nordeste. Os principais produtores dessa região são o Ceará (61,6% da área nacional), Rio Grande do Norte e Piauí.
O terreno para o plantio do pseudofruto deve ser ligeiramente inclinado para evitar a erosão, profundo, com pelo menos dois metros de terra e bem drenado, de modo a não empoçar. O solo deve ser fértil e de textura média (barrenta), e de preferência, próximo de uma fonte de água potável.
Para escolher as sementes, deve-se colocá-las em uma bacia com água, e descartar as que boiarem. Elas têm um poder germinativo de até 12 meses se forem armazenadas em sacos de pano ou de papel.
O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa, e antes de replantar a muda no local definitivo deve-se verificar se a planta possui pelo menos seis folhas maduras e saudáveis.
Cajuzinho é um doce brasileiro feito de amendoim, comum em festas de aniversário. O docinho, depois de pronto, é normalmente moldado na forma de um caju, imitando a fruta com uma castanha no topo, o que justifica seu nome. Originalmente, o cajuzinho era feito com polpa de caju nas regiões Norte e Nordeste. Com o tempo, deu lugar ao amendoim.
O Cajueiro de Pirangi, localizado na praia de Pirangi do Norte, em Parnamirim, cobre uma área de aproximadamente 9.000m², com perímetro de aproximadamente 500 metros. Em virtude da sua extensão, a árvore gigante entrou para o Guinness Book “O Livro dos Recordes”, em 1994, como o Maior Cajueiro do Mundo.
Segundo a tradição oral, o Cajueiro foi plantado em dezembro de 1888 por um pescador chamado Luiz Inácio de Oliveira, que morreu aos 93 anos sob a sombra da árvore. O pescador é citado no samba da Mocidade ao relembrar o feito que perdura até a atualidade.
O Cajueiro de Pirangi é aberto todos os dias da semana, das 7h30 às 17h30. Enquanto um cajueiro vive em média 50 anos, o "senhor centenário" continua frutificando e servindo de abrigo para animais como lagartos, timbus, aves migratórias, abelhas gigantes, formigas, entre outras espécies.
O caju também pode ser utilizado em pratos salgados, no lugar das tradicionais carnes de animais. Isso acontece em virtude da textura semelhante e por ser rico em vitaminas e ter baixo índice de caloria. É uma ótima opção para veganos e vegetarianos, que optaram por retirar o consumo de carne de suas vidas.