O chocolate é, sem dúvida, uma das paixões nacionais. Seja puro (ao leite) acrescido de ingredientes (castanhas e nozes, entre outros itens); seja mais doce ou com maior percentual de cacau (tipo dark), o doce é um campeão na preferência do consumidor.
Apresentado em diversos modelos e tamanhos, o chocolate se popularizou pelo formato em barra (cujo principal tamanho, por sinal, já foi reduzido por várias empresas, motivando uma onda de reclamações).
Além disso, nos últimos tempos, os consumidores estão reclamando que os chocolates estão cada vez com menos gosto autêntico, como se o preparo negligenciasse o produto principal de sua base, que é o cacau.
Por isso, o jornal paulista promoveu a degustação às cegas para analisar a qualidade dos chocolates industrializados.
Para fins de padronização, o teste foi apenas com barras de chocolate ao leite.
Opções de chocolates recheados, crocantes ou com outros complementos não foram para a mesa dos jurados.
Os jurados avaliaram as amostras descaracterizadas, sem qualquer indicação de marca. E levaram em conta o aspecto visual, aroma, textura e sabor.
O objetivo era avaliar se procede a reclamação dos consumidores de cada vez menos massa de cacau na composição, e maior índice de gordura e aromatizantes industriais.
Para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o produto é classificado como chocolate com, no mínimo, 25% de cacau na receita. Se não, deve ser enquadrado como "achocolatado".
Já a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab) reitera que "a qualidade do chocolate não é proporcional à quantidade total de cacau".
O chocolate "Arcor" ficou em último lugar para os jurados, pois tem "excesso de gordura ruim". O aroma foi classificado com artificial, a textura arenosa, doçura em excesso e leve toque de cacau.
A oitava posição é do chocolate "Garoto". Para os jurados, o "chocolate não pareceu ter um bom teor de cacau, um pouco menos doce que a média, mas perdeu pontos pelo sabor, muito artificial, e pelo retrogosto metálico".
O chocolate "Hershey's" ficou na sétima colocação, pois, para os jurados, tem um "aspecto opaco e textura porosa, que não derrete bem na boca". Além disso, "aroma sem graça, artificial e com notas de fumaça, e excesso de açúcar".
O sexto lugar ficou com o chocolate "Nestlé", que, para os jurados, apresentou "aroma artificial pouco convidativo, textura um pouco arenosa, que não derrete bem, e doçura elevada".
O chocolate "Lacta" ficou na quinta posição, pois os jurados o classificaram com "aspecto opaco, que não derrete bem na boca e sabor típico, bem doce, com cacau pouco presente e padronizado com aromatizante".
A quarta colocação ficou com o chocolate "Neugebauer". Para os jurados, o produto tem "aroma artificial intenso, a amostra apresentou textura levemente arenosa e doçura elevada".
Sobe no pódio o chocolate "Milka", que, para os jurados, tem "notas de caramelo, consistência macia, que 'derrete na boca', agradável toque do leite e doçura que não ultrapassa o limite do aceitável". Para os jurados, faltou "mais sabor de cacau".
A medalha de prata ficou com o chocolate "Danke" porque, para os jurados, tem "sabor equilibrado entre o cacau e o leite, 'quebra perfeita' e boa textura. Perdeu pontos no amargor "não muito agradável".
O campeão, segundo os jurados, foi o chocolate "Lindt", com oito pontos de frente para o 2° colocado. Tem "aspecto brilhante, aroma intenso de baunilha e sabor equilibrado, sem pesar a mão no açúcar". Além da "textura macia, que 'derrete na boca'".