E mais: a comunidade científica norte-americana não sabe ao certo o motivo da mudança de cor dos rios do Alasca.
O mais recente caso é do Rio Salmon, no Parque Nacional do Vale de Kobuk, que ganhou esse tom alaranjado sem motivo aparente.
O Serviço de Parques Nacionais do Alasca, inclusive, classificou a mudança de cor do Rio Salmon como "particularmente preocupante".
Até 2019, a água do Rio Salmon era cristalina. Porém, em 2023, adquiriu uma coloração verde-alaranjada, de acordo com a revista Scientific American.
De fato, os rios e riachos de toda a cordilheira de Brooks, no Alasca, estão se tornando predominantemente alaranjados, por longas extensões, sem qualquer explicação.
Ainda de acordo com a revista científica, este estranho fenômeno deve afetar outras regiões do Ártico.
O que tem preocupado os cientistas é o potencial impacto ecológico da mudança de cor dos rios, ou seja, de que forma isso pode afetar a flora e a fauna típicas da região.
Essa alteração súbita da coloração das águas fluviais da região poderia, inclusive, afetar não apenas os animais selvagens, mas também pessoas que vivem em comunidades ribeirinhas.
São pelo menos 444 pessoas vivendo na Vila Kivalina e que precisam do Rio Salmon para obter água e fazer atividade de pesca.
Segundo a revista, os cientistas que estudam o fenômeno acreditam que o maior responsável sejam as mudanças climáticas.
Isso porque essas alterações no clima no planeta teriam acelerado o ritmo do aquecimento na região.
Os cientistas acreditam que o aumento das temperaturas no Alasca causou o degelo do solo normalmente congelado, chamado de "permafrost".
Uma linha de investigação científica aponta que o degelo faria com que o ácido dos minerais soltasse ferro das rochas, deixando sedimentos na água corrente, num tom de ferrugem.
Também existe a teoria de que o descongelamento do solo permafrost sob uma zona úmida faça com que bactérias reduzam o ferro oxidado.
Assim, o ferro reduzido, que é solúvel em água, seria transportado de forma subterrânea para o riacho, causando o efeito laranja.
O Alasca é um dos 50 estados dos Estados Unidos da América e o maior em tamanho, com uma área total de 1.723.336,75 km².
Localizado no extremo noroeste do continente americano, o Alasca - mesmo sendo um território dos EUA - fica acima do Canadá.
O Alasca é mundialmente conhecido pelo clima polar, com frio durante o ano inteiro e temperaturas mínimas podendo chegar a 50°C negativos.
Por ter uma grande extensão, o Alasca tem variações no clima de região para região. Mas, em geral, os invernos são longos e frios, com noites muito longas, enquanto os verões são amenos e curtos, com dias muito longos.