De acordo com o Deadline, Grace Jabbari declarou ao juiz Michael Gaffey: “Parece que o abuso que sofri simplesmente não acabou”.
“Ele sabe o que fez. Ele me traiu, me atacou”, disse a mulher, diante do júri, composto por três homens e três mulheres.
O ator Jonathan Majors foi preso em Nova York no dia 25/03, sob acusações de agressão física e assédio.
O motivo concreto da prisão, de acordo com o Departamento de Polícia de Nova York, teria sido um “conflito doméstico”.
Majors, que havia inclusive apresentado um prêmio no Oscar no dia 12/03, teria agredido uma mulher de 30 anos, que sofreu ferimentos leves na cabeça e no pescoço e foi levada ao hospital em estado estável.
O ator compareceu ao tribunal para ouvir as acusações e foi liberado mesmo sem ter de pagar fiança.
Segundo a acusação, ele teria batido na mulher com a mão aberta, causando uma laceração atrás da orelha, e agarrado seu pescoço e mão, resultando em hematomas.
Priya Chaudhry, advogada de defesa de Majors, alega que ele é inocente e que “provavelmente foi vítima em uma briga com uma mulher que ele conhece”.
Ela também disse que o incidente ocorreu em um veículo e que o motorista testemunhará em favor de Majors.
Além disso, a mulher, que não foi identificada publicamente, supostamente forneceu duas declarações por escrito “retratando essas alegações”.
Após a revelação do incidente, diversas mulheres se manifestaram, relatando terem sido igualmente vítimas do ator, o que contribuiu para um escândalo ainda maior.
Jonathan Majors tem 34 anos, nasceu na Califórnia, EUA, e fez sua estreia como ator na minissérie “Quando Fazemos História” (2017), do canal norte-americano ABC.
Apesar de jovem, Majors vinha emplacando alguns papéis importantes em Hollywood, chamando a atenção da crítica e do público.
O primeiro papel relevante do ator foi no filme “The Last Black Man in San Francisco" (sem tradução), lançado em 2012.
Depois de participar de alguns filmes sem destaque, Majors voltou a chamar a atenção ao atuar em “Destacamento Blood” (2020), do prestigiado diretor Spike Lee.
Em 2020, Majors foi protagonista na série “Lovecraft Country”, da HBO, e chegou a ser indicado ao Emmy de Melhor Ator pelo papel.
A carreira do ator decolou de vez quando ele foi o escolhido para viver o próximo grande vilão do Universo Marvel nos cinemas, “Kang, o Conquistador”.
As primeiras aparições de uma das versões do personagem foram em dois episódios da série “Loki” (2021-).
A confirmação da ascensão do ator veio em 2023. Em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, ele apareceu no papel do vilão Kang pela primeira vez nos cinemas.
A promessa era de que o vilão pudesse ter o mesmo impacto e importância que Thanos conseguiu ter na fase anterior.
Também em 2023, o ator estrelou, ao lado do astro Michael B. Jordan, “Creed III”, o terceiro capítulo da saga de sucesso derivada da franquia “Rocky Balboa”.
Inclusive, como resultado da prisão do ator, o Exército dos Estados Unidos chegou a iniciar uma operação para remover cartazes do filme com sua imagem pelas ruas do país.
Depois do ocorrido, alguns colegas de Hollywood se manifestaram. Alan Ball, diretor do filme "Tio Frank", chamou Majors de "sociopata" e "abusivo" em suas redes sociais.
O diretor da Broadway, Tim Nicolai, apoiou as acusações, afirmando que Majors tem “um histórico de comportamento problemático que se estende até seus dias de universidade”.
Apesar das polêmicas, até o momento Jonathan Majors segue escalado para viver o vilão “Kang” nos próximos filmes da Marvel até 2025.