EX-PRESIDENTE PRESO

Do planalto à cadeia: Collor é o terceiro presidente do Brasil preso


O ex-presidente do Brasil foi preso nesta sexta-feira (25/4) por determinação no ministro Alexandre de Moraes e é o terceiro presidente da República detido em desdobramentos da operação Lava Jato

Por Jaqueline Fonseca
Banco de imagens Câmara dos Deputados

Figura emblemática na política brasileira, Fernando Collor de Mello responde um processo de corrupção após desdobramento da operação Lava Jato.

Waldemir Barreto/Agência Senado

Conforme a decisão o ministro Alexandre de Moraes, ficou provado que Collor recebeu R$ 20 milhões em propina para viabilizar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis

ABR; Valter Campanato/Ag..ncia Brasil

Formado em jornalismo e economia, Collor nasceu no Rio de Janeiro, em 12 de agosto de 1949, e foi diretor da Gazeta de Alagoas, jornal de propriedade de seu pai, Arnon de Melo

Luiz Alves / Câmara dos Deputados

Conheça a seguir a trajetória de Fernando Collor de Mello:

Câmara dos Deputados

Fernando Collor de Mello foi o primeiro presidente eleito por voto direto no Brasil após o processo de redemocratização

Arquivo CB/CB/Reprodução/D.A Press

Collor venceu Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da eleição de 1989.

Arquivo/Agência Brasil

Com a vitória, Fernando Collor de Mello se tornou o presidente da República mais jovem do Brasil e nas Américas, segundo o Arquivo Nacional do governo federal

Ivaldo Cavalcante/CB/D.A Press

Antes disso, Fernando Collor de Mello foi o prefeito mais jovem de Maceió (1980-1982) e depois o deputado federal mais jovem. (1983-1987)

Ivaldo Cavalcante/CB/D.A Press

Analistas e estudiosos apontam que a vitória de Collor na presidência da República ocorreu pela forte campanha política com inovações no marketing, uso de 'jingles', além do discurso de 'caça aos marajás'.

Ivaldo Cavalcante/CB/D.A Press

Fernando Collor de Mello assumiu a presidência, mas lidava com o desafio de controlar a inflação do país

Adauto Cruz/CB/D.A Press

No primeiro dia de governo, Collor anunciou o plano econômico de combate à inflação e confiscou contas de poupança, contas correntes e outras aplicações financeiras dos cidadãos brasileiros

Antonio Cunha/CB/D.A Press

Os saques foram limitados a 50 mil cruzeiros — moeda que entrava em vigor, substituindo o cruzado novo. Na época, esse valor correspondia a cerca de 1,3 mil dólares

Antonio Cunha/CB/D.A Press

O governo também extingiu órgãos públicos, promoveu demissões e privatizou empresas públicas.

Arquivo/Agência Brasil

Em uma nova fase do plano econômico, lançado em 1991, foi intensificada a política de juros altos e desindexação da economia.

Adauto Cruz/CB/D.A Press

Em 1992 o irmão do presidente, Pedro Collor, denunciou um esquema de corrupção e tráfico de influências liderado pelo ex-tesoureiro da campanha de Collor: Paulo César Faria. A denúncia ficou conhecida como 'Esquema PC Faria'

Antonio Cunha/CB/D.A Press

Uma Comissão Parlamentar de Inquérito foi instalada para investigar as denúncias e como conclusão foi recomendado o afastamento de Collor da presidência. O que veio a ocorrer em 2 de outubro de 1992.

Antonio Cunha/CB/D.A Press

Uma campanha liderada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI) pediu o impeachmeant de Collor e ganhou adesão popular

Arquivo Estado de Minas

O impeachmeant foi aprovado pela Câmara em setembro de 1992 e em seguida Collor foi substituído interinamente pelo vice-presidente Itamar Franco.

Valério Ayres

Collor renunciou formalmente ao cargo de presidente da República em 29 de dezembro, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, perdendo seus direitos políticos por oito anos.

Antonio Cunha/CB/D.A Press

Após o período de inelegibilidade, Collor voltou à política.Em 2002, disputou o governo de Alagoas e não foi eleito.

GUSTAVO_LIMA / Câmara dos Deputados

Mais tarde, em 2006, foi eleito Senador e em 2014 foi reeleito com 627 mil votos válidos.

Agência Senado/Divulgação

Em 2009, Collor disse em uma entrevista que se arrependeu do bloqueio das poupanças. ' Em tom de penitência, culpou o seu 'equívoco' à ânsia de fazer as coisas se resolverem de forma rápida, por meio de medidas provisórias, como aconteceu no caso do Plano Collor', afirma matéria publicada na época

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Depois, em 2016, Collor votou a favor do impeachmeant de Dilma e afirmou que aquele momento era o 'ápice de todas as crises do país'

Carlos Moura/CB/D.A Press

Em 25 de abril de 2025, Fernando Collor de Mello voltou a ter seu nome marcado na história política do país e se tornou o terceiro presidente da República brasileira a ser preso.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Collor foi preso em 2025; Michel Temer ficou 6 dias preso em 2019; e em Lula ficou 580 dias preso. Todas as prisões se relacionam, de alguma maneira, com a operação Lava Jato

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