O cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, condenado no Vaticano em dezembro de 2023 por fraude e desvio de dinheiro, quer participar do conclave que elege, a partir de maio, o próximo líder da Igreja Católica
Claude Truong-Ngoc/CC/Wikimedia CommonsEx-assessor do papa Francisco e substituto da Secretaria de Estado entre 2011 e 2018, Becciu foi o funcionário de mais alta posição na hierarquia da igreja a ser julgado por tribunal criminal da Santa Sé
Reprodução/VaticanNewsEle também é o primeiro cardeal a ser condenado, numa decisão histórica que ficou conhecida como o julgamento do século
Reprodução/VaticanNewsEle estaria envolvido, junto a outras nove pessoas julgadas, na compra, entre 2014 e 2018, de um edifício em Londres, na Inglaterra, que custaria mais de 350 milhões de euros (mais de R$ 2 bilhões, na cotação atual)
Andreas Solaro/AFP - 28/6/18De acordo com a agência de notícias 'France-Presse', o escândalo financeiro envolvia também 'cumplicidade com espionagem e com paraísos fiscais, tendo criado um rombo de milhões de euros nas contas do Vaticano'
Andreas SOLARO / AFPCondenado a cinco anos e meio de prisão por fraude e peculato, Becciu foi demitido por Francisco do cargo que ocupava antes do julgamento, mas nunca foi removido de forma direta do Colégio Cardinalício
Alberto Pizzoli/AFPÀ época, ele recorreu da decisão e negou todas as acusações, afirmando inocência, por isso foi autorizado a permanecer em um apartamento na Cidade-Estado enquanto o processo estiver em andamento
ANDREAS SOLARO / AFPAgora, o religioso exige participar do conclave. Segundo ele, o fato de ter participado, em 2022, de um evento exclusivo para cardeais indica que os direitos cardinalíceos dele não foram removidos
Tiziana FABI / AFP'Ao me convocar para o último consistório, o papa reconheceu as minhas prerrogativas cardinalícias, na medida em que não houve nenhuma vontade explícita de me excluir do conclave, nem houve qualquer pedido explícito por escrito de minha renúncia', declarou ao jornal 'L’Unione Sarda'
Reprodução/VaticanNewsApesar de o nome de Becciu estar presente na relação de 252 cardeais, o que permitiria que ele participasse de reuniões pré-conclave, ele não figura entre os 135 aptos a votar
Gabriel BOUYS/AFPEle afirma à mídia italiana, porém, que a lista em questão 'não tem valor legal' e não deveria ser levada em conta
Reprodução/VaticanNewsAo ser questionado, nesta quinta-feira (24/4), sobre a possibilidade de Becciu tomar parte na eleição, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, afirmou que o conclave seria discutido após o funeral de Francisco, que ocorre neste sábado (26/4)
OSSERVATORE ROMANO/AFP