CURIOSIDADES

A campanha da Pepsi que terminou em protestos e mortes


Números impressos em tampinhas garantiam quantias em dinheiro à população das Filipinas, mas um erro técnico fez com que cerca de 500 mil vencedores fossem às ruas protestar por valores devidos

Por Lara Perpétuo
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Campanha

Em 1992, uma campanha de marketing da Pepsi nas Filipinas fez com que a empresa quase falisse, com que cinco pessoas morressem e com que dezenas ficassem feridas

Alonso Nichols/Tufts University

Tampinhas

A campanha ‘Number Fever’, que alcançou sucesso imediato e fez com que a marca atingisse um acréscimo de quase 40% em vendas, tratava-se de uma promoção baseada em tampinhas de refrigerante premiadas

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Números

Tampas de garrafas de vidro de bebidas da marca Pepsi vinham com números de três algarismos impressos. Toda semana, um número diferente era anunciado na televisão, durante intervalos comerciais da marca

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Prêmios

As pessoas que tivessem as tampinhas com o número sorteado impresso ganhavam prêmios que variavam de 1 mil a 1 milhão de pesos filipinos (cerca de R$ 100 mil)

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Erro

No dia 25 de maio daquele ano, última semana da campanha, o número 349 foi sorteado. Um erro no sistema da Pepsi, porém, fez com que cerca de 800 mil tampas tivessem essa combinação impressa

MAHMUD HAMS

Tentativa de reparação

A empresa interrompeu a circulação comercial dos refrigerantes e comprou páginas em jornais locais nos dias seguintes para informar que o número sorteado havia sido, na verdade, o 134. Mas era tarde demais

CC/Wikimedia Commons

Valor simbólico

A Pepsi se recusou a pagar o valor do prêmio para todos os vencedores — cerca de 500 mil — e ofereceu um valor simbólico de 500 pesos filipinos (aproximadamente R$ 47) a cada um deles

Izabella Bed?/Pexels

Revoltas e protestos

Os vencedores se sentiram lesados e não aceitaram a proposta, gerando ondas de revoltas e protestos em várias cidades do país

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Revolta

Cerca de 40 caminhões da Pepsi foram incendiados e vandalizados com pedras, granadas e coquetéis molotov, em supermercados e fábricas das Filipinas

Drew Angerer

Mortes

Em uma das investidas, uma granada matou um professor e uma criança de 5 anos. Outras três pessoas morreram durante os confrontos relacionados à promoção malsucedida

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Luta contra a Pepsi

Um dos mortos teria dito, segundo contou a esposa dele ao 'Los Angeles Times' em 1993, que, mesmo que morresse durante o protesto, o fantasma dele iria 'lutar contra a Pepsi'

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Processos

De acordo com a reportagem, mais de 22 mil pessoas entraram com ações civis de indenização. Além delas, mais de 5,2 mil apresentaram queixas criminais por fraude e engano

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Inocente

Apesar disso, a Pepsi não precisou pagar os prêmios prometidos. Em 2006, um processo que corria no Supremo Tribunal das Filipinas inocentou a marca pelas mortes e ferimentos causados pelos protestos

Izabella Bed?/Pexels