Seguindo o rio Xingu, chega-se a Metuktire, uma aldeia de 400 habitantes com casas de palha e madeira ao redor de um amplo círculo
Pablo PORCIUNCULA/AFPUma casa idêntica às demais pertence ao cacique Raoni, principal liderança indígena do Brasil. No entanto, ele vive hoje na cidade Peixoto de Azevedo, para cuidar da saúde
Pablo PORCIUNCULA/AFPEnquanto o garimpo e a destruição florestal avançam em outras terras indígenas, a Capoto/Jarina permanece livre de desmatamento, com 0,15% de seu território afetado entre 2008 e 2024
Eu não aceito garimpeiro nem madeireiro na nossa terra', disse Raoni, 90 anos. O cacique receberá o presidente Lula nesta sexta-feira, a quem pedirá a demarcação de novas áreas indígenas
Pablo PORCIUNCULA/AFPOs indígenas que habitam Capoto/Jarina utilizam duas estratégias: patrulhas territoriais periódicas e conscientização dos jovens para que não se deixem corromper pelo dinheiro do crime ambiental
O Brasil demarcou a terra Capoto/Jarina em 1984, após Raoni tomar como reféns funcionários da ditadura militar para pressionar as autoridades
Com uma área quatro vezes maior que a da cidade de São Paulo, a terra indígena é mantida a salvo pelos indígenas com apoio do Estado
Pablo PORCIUNCULA/AFPEmbora a Capoto/Jarina permaneça livre do garimpo, outra ameaça florestal pesa sobre a aldeia Metuktire: os incêndios
'No ano passado tivemos um grande fogo que não conseguimos controlar, queimou tudo por aqui', conta o cacique Pekan Metuktire. 'Pegou roça com alimentos e plantas medicinais'
A aldeia Metuktire espera soluções concretas na COP30, cúpula sobre mudanças climáticas que será conduzida pelo presidente Lula em novembro, em Belém
'Precisamos que Lula fale para o mundo para garantirmos o futuro dos nossos netos', diz Ngreikueti Metuktire, uma mulher de 36 anos
Com informações da AFP*