'A estévia é originária do Vale do Amambay, no nordeste do Paraguai, sul do Brasil e Argentina', explica Paula Melo Martins, farmacêutica com pós-doutorado em ciências farmacêuticas com experiência na Índia em um instituto de tecnologia química com estévia. 'As partes utilizadas são suas folhas'
De acordo com a especialista, o uso medicinal da estévia é descrito para o controle da obesidade, pressão alta e problemas digestivos
Uma pesquisa, publicada na 'National Library of Medicine' em 2017, aponta que a estévia tem propriedades farmacológicas e teurapêuticas, incluindo antioxidantes, antimicrobianos, anti-hipertensivos e antidiabéticos
Reprodução/Flickr/lskridaPublicado em 2021 no 'National Library of Medicine', um outro estudo resultou na descoberta da inibição da proliferação de seis tipos de células cancerígenas humanas do trato gastrointestinal por meio da estévia, se tornando um potencial agente quimioterápico para o tratamento do câncer
Reprodução/Wikimedia Commons/MokkieO mesmo estudo aponta que, além de ser utilizada como adoçante, a estévia também atua como medicamento no tratamento de diabetes e hiperglicemia na medicina tradicional no Brasil e no Paraguai
PxHere/DivulgaçãoPaula afirma que a estévia pode substituir totalmente o açúcar, 'pois é um produto de alto dulçor, mas de baixíssima caloria, sendo muito utilizado em dietas hipocalóricas'. A planta pode ser encontrada em formato líquido ou em pó. A farmacêutica afirma que a única mudança é a forma de apresentação
Em receitas, é importante que o consumidor não troque o açúcar pela estévia sem que seja oferecida a medida correta. A substituição sem recomendação para receitas pode afetar a textura, o sabor e até o quão doce ficará o resultado final — já que a estévia pode ser mais doce que o açúcar
'O produto em pó vem da extração da folha dos glicosídeos terpênicos, dentre eles o mais abundante: esteviosídeo (glicosídeo extraído da estévia). Após a evaporação do líquido extrator obtém-se o pó. As apresentações comerciais então são o pó, seja em sachês ou não, e o extrato líquido', Paula explica
Paula explica que o gosto amargo pós digestivo pode ocasionar uma rejeição da estévia por parte dos consumidores. 'Assim como o dulçor, o gosto amargo pode ter efeito prolongado ou até mesmo certo grau de pungência', informa a farmacêutica
O que orienta a qualidade do adoçante é a relação entre o rebaudosídeo A e o esteviosídeo, glicosídeos presentes na planta. 'Quando essa relação é igual a 1, desaparece o gosto amargo das preparações a base de estévia', Paula conclui
*Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca