Anneliese era filha de Joseph e Anna. O pai tinha planos de ser padre e a mãe tinha uma filha fora do casamento. Por esses motivos, Anna foi forçada a casar com véu preto e, como penitência, Annelise foi obrigada a ser uma devota fiel
Aos 16 anos, Anneliese começou a apresentar sintomas de epilepsia e um quadro de esquizofrenia. Aos 17, teve o primeiro ataque epilético
Durante um ano, ficou internada em um hospital psiquiátrico. Após a liberação, estudou pedagogia e teologia na Universidade de Wurzburg
Anneliese começou a sentir presenças demoníacas e apresentou um quadro de depressão profunda. Ela afirmava escutar vozes que a chamava de amaldiçoada e condenada
Uma amiga da família percebeu que a garota evitava imagens religiosas ou beber uma água considerada sagrada. A amiga disse que Anneliese cheirava ao 'próprio inferno'
Anneliese passou a procurar um padre local para realizar um exorcismo, tendo o pedido negado duas vezes. A família cortou os remédios indicados por médicos, certos de que se tratava de uma 'doença' espiritual
O estado de Anneliese piorou. Ela passou a beber a própria urina, se machucar, andar nua pela casa, comer insetos, agir com agressividade e a latir como um cachorro
Em 1975, o terceiro pedido por exorcismo foi aceito. O caso foi assumido pelo padre Arnold Renz e o pastor Ernst Alt, que realizaram o exorcismo de acordo com o 'Ritual Romano'
67 rituais foram feitos por cerca de nove meses, gravados em 40 fitas de áudio. Anneliese arremessava objetos contra a parede, latia, defecava no chão, ria, apresentava voz masculina e confessou estar possuída por 6 demônios
Os padres relataram que os demônios haviam sido exorcizados no dia do Halloween, 31 de outubro de 1975. Mas o quadro da garota não melhorou
Anneliese começou a ficar mais irritada. Passou a ficar sem comer e beber, para enfraquecer os demônios, e os ligamentos dos joelhos foram rompidos por conta de atos de reverências realizados durante as sessões
Em uma noite, a garota relatou ter sonhado com a Virgem Maria, que a ofereceu duas opções: continuar com os demônios ou ser libertada. Anneliese teria escolhido a liberdade
Foi em 30 de junho de 1976, com a piora da condição de Anneliese, que recebeu absolvição do padre Renz. A garota morreu no dia seguinte, 1º de julho. Segundo autópsia, a causa da morte foi desnutrição e desidratação
O Estado responsabilizou os padres e os pais de Anneliese por homicídio culposo causado por negligência médica, determinando uma setença de 6 meses em liberdade condicional sob fiança
* Estagiário sob a supervisão de Roberto Fonseca