Ela embarcou nessa aventura em agosto no veleiro Sardinha 2, barco em que navegou da França até a Groenlândia em cerca de 20 dias e no qual fez sua morada
Antes da viagem, Tamara esteve um ano em preparação psicológica e treinamento de habilidade como 'costurar' a própria pele em caso de cortes e manusear armas para se defender de ursos
Ela também teve que adaptar o barco de 10 metros de comprimento para navegar nas águas congelantes e estocar comidas como arroz, feijão, macarrão, sementes de girassol, conservas de legumes e frutas desidratadas
Mas um dos maiores desafios foi lidar com o descrédito de um ambiente predominantemente masculino. ''As pessoas me diziam que eu ia morrer, que ia faltar braço, que mulher é fraca demais', contou em entrevista à revista Marie Claire.
'Historicamente as mulheres foram vistas como incompletas e vulneráveis. Na internet podemos até ignorar as críticas, mas na vida real elas nos atrasam e nos fazem perder muita energia que poderíamos usar para coisas mais úteis', relata.
Foram oito meses de inverno no Ártico, que podem variar de – 20 a – 40 ºC. Durante quatro meses, ela ficou sem ter contato com nenhum outro humano
Na solidão, ela conta que descobriu uma nova espécie de felicidade, teve a companhia da própria imaginação e descobriu que a passagem dos dias pode ser vista de outra forma
Com o verão, Tamara sentiu novamente a necessidade de interagir com outras pessoas e agora ela e o Sardinha 2 estão no mar desde 17 de junho para voltar à França e planejar novas aventuras
O espírito aventureiro vem de família. Tamara é filha de Amyr Klink, primeira pessoa a fazer a travessia do Atlântico Sul a remo
Em 2021, ela repetiu o feito do pai e cruzou o oceano Atlântico em um veleiro, se tornando a brasileira mais jovem a fazer o trajeto sozinha, viagem que foi da França à Recife e durou três meses