Um curitibano de 23 anos fez uma descoberta histórica na década de 1940. Recém-saído da faculdade, César Lattes foi à Inglaterra estudar partículas de raios cósmicos com um de seus professores da USP
No laboratório de Cecil Power na Universidade de Bristol, na Inglaterra, Lattes trabalhou com emulsões nucleares em um detector de partículas, a fim de estudar o núcleo do átomo
O que os cientistas buscavam saber era como os prótons (partículas com carga positiva) ficavam todos juntos no núcleo do átomo, visto que partículas com mesma carga se repelem. Os cientistas pensavam que deveria existir algum tipo de 'cola' entre eles
Lattes buscou conhecer melhor as emulsões para fazer experimentos mais confiáveis. Ele então tem a ideia de testar os experimentos na altitude: em 1947, deixou duas chapas com átomos na Bolívia. Um mês depois, voltou ao local para buscar os resultados
O que o brasileiro descobriu foi o méson Pí, que é uma partícula instável com carga intermediária entre os prótons (carga positiva) e os elétrons (carga negativa). Ele teria como papel mediar a interação entre prótons e nêutrons (carga neutra) dentro do átomo, para que permaneçam unidos
Quando voltou para a Inglaterra, Lattes e seus colegas publicaram trabalhos que confirmaram a existência do méson. As publicações renderam um Nobel de Física para o chefe do laboratório, Cecil Powell, em 1949