21/03/2023. Crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press. Brasil. Brasilia - DF. Dia da Água. Mananciais de aguá que abastecem o DF. Barragem do Descoberto.
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, em outubro deste ano, que a maioria dos desastres têm relação com a água. Segundo relatório divulgado pela organização, as mudanças climáticas têm causado desequilíbrio no ciclo hidrológico global, causando impacto na vida de mais da metade da população mundial.
Eventos climáticos, como inundações e secas, tornam difícil o acesso à água potável e podem levar as pessoas a usarem fontes alternativas e inadequadas para se abastecer. No entanto, é preciso adotar cuidados complementares para não contrair doenças como leptospirose e leishmaniose.
Especialistas afirmam que é preciso rever a forma como o consumo, tratamento e reaproveitamento de água é feito. Políticas de reúso de água das chuvas e das casas são algumas das opções apresentadas como solução para o problema.
O engenheiro ambiental Carlos Eduardo Pacheco defende o reúso de água controlado e monitorado como uma solução. 'Fazer com que as nossas estações de tratamento de esgoto produzam água de alta qualidade, suficiente para permitir a não contaminação dos alimentos', recomenda.
A Política Federal de Saneamento Básico estabelece que a União estimule o uso das águas de chuvas e o reúso não potável das águas cinzas em novas edificações e nas atividades paisagísticas, agrícolas, florestais e industriais.
Em abril deste ano, a Lei 14.546 alterou a Lei de Saneamento Básico em relação ao reaproveitamento das águas das chuvas e ao reúso não potável das águas cinzas (utilizadas em atividades domésticas e rotineiras como banhos, lavagens de roupas e de louças, etc.).
A alteração determina que os prestadores de serviço público de abastecimento de água corrijam falhas na rede para que desperdícios sejam evitados e aumentem a eficiência do serviço. Também estabelece maior rigor na fiscalização para impedir os 'gatos' (ligações irregulares).
De acordo com a lei, desde abril as redes hidráulicas e os reservatórios destinados a acumular águas de chuvas e águas cinzas das edificações devem ser distintos da rede de água proveniente do abastecimento público. O objetivo é garantir que as águas de reúso passem por processos de tratamento que tornem o consumo mais seguro.
A água da chuva não deve ser utilizada como água potável, para beber e cozinhar. Apesar de parecer visualmente limpa, ela não tem a qualidade e tratamento adequados para consumo humano.
Em casos extremos, se não houver acesso à água potável, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) indica duas formas de tornar a água da chuva mais segura para ingestão.
Utilize um filtro de barro para filtrar a água e depois ferva a água por no mínimo três minutos. Passe de um recipiente para outro por diversas vezes para amenizar o gosto. Como alternativa, adicione duas gotas de água sanitária (com concentração de 2,5% de hipoclorito de sódio) para cada 1L de água. Misture e deixe descansar por 30 minutos antes de beber.