Sindemia global trata da interação simultânea entre as pandemias de obesidade, desnutrição e mudanças climáticas, que são os principais desafios atuais para a vida no planeta *Revista científica sobre medicina publicada semanalmente no Reino Unido. É reconhecida como uma das mais antigas e prestigiadas do mundo.
Atualmente, o excesso de peso corporal afeta mais de 2 bilhões de pessoas no mundo todo e é responsável por cerca de 4 milhões de mortes anualmente, segundo … Fonte: The Lancet
Dois bilhões de pessoas sofrem de deficiências de micronutrientes, e 815 milhões são cronicamente desnutridas, de acordo o estudo da The Lancet. Na região da América Latina e Caribe, o relatório divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que 6,5% da população (43,2 milhões) passam fome.
A má nutrição em todas as suas formas já é a principal causa (19%) de mortes prematuras e de doenças no mundo, incluindo as cardiovasculares, segundo o relatório da revista The Lancet.
O sanitarista Ismael Silveira aponta os métodos atuais de produção de alimentos entre os fatores que alimentam a sindemia global. 'A concentração de muitas terras agrícolas, grandes desmatamentos, produção de alimentos ultraprocessados, tudo contribui para as mudanças climáticas e também para a insegurança alimentar', afirma
Os ganhos em saúde alcançados nos últimos 50 anos de desenvolvimento econômico global podem ser anulados nos próximos 50, segundo The Lancet, e a população de maior vulnerabilidade social sentirá mais os impactos.
'É preciso cuidar da população para aumentar a resiliência, ter uma atenção primária forte para que estejamos vigilantes em relação aos índices de oscilação de riscos ao metabolismo das pessoas', recomenda o sanitarista Ismael Silveira, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC-UFBA).