Com o placar de 9 a 2, o Supremo Tribunal Federal derrubou o marco temporal para a demarcação de terras indígenas. STF decidiu que Constituição deve resguardar direitos dos povos originários
Alexandre de Moraes seguiu um 'meio-termo' e apresentou uma tese que pressupõe que proprietários rurais poderiam receber indenização do Estado pela terra nua
Ed Alves/CB/DA.PressO voto de Moraes foi criticado, pois a indenização pela terra nua para demarcar territórios tradicionais tornaria o processo demarcatório inviável
Segundo levantamento da Agência Pública, seria necessário um montante superior a R$ 1 bilhão para indenizar os proprietários rurais
O ministro Zanin divergiu um pouco de Moraes e defendeu que a indenização não deve ser pelas terras em si, mas sim pelo 'ato danoso praticado pelo Estado'
Pelo voto de Zanin, a demarcação não estaria atrelada às indenizações e poderia acontecer depois ou a margem do processo demarcatório
Outro voto que causou polêmica é o do ministro Dias Toffoli, pois ele determinou que o Congresso crie leis sobre a exploração econômica em territórios indígenas
Advogados criticam a proposta de Toffoli, pois o tema não estava em discussão no marco temporal e essas atividades representam riscos aos povos originários
Entidades indígenas também lembram que essas atividades de exploraçao econômica ameaçam a sobrevivência física e cultural dos povos originários