A chegada do Ford Bronco Sport, vindo do México, e, por isso, isento do imposto de importação, colocou o tradicional comparativo de preços entre SUVs passível de curiosidades. A versão Wildtrack, única e completa do novo modelo, sai por R$ 256.900. Já um BMW X1, produzido no Brasil, custa R$ 256.950. Mas, apesar de quase coincidência nos preços, as propostas são bastante diferentes, inclusive no porte e desempenho fora de estrada.
Um concorrente mais próximo em preço e características é o Land Rover Discovery Sport, produzido no Brasil, com motor a gasolina (há opção a diesel), em três versões entre R$ 293.950 e R$ 337.950. O Bronco Sport realmente é rival à altura do ícone inglês do fora de estrada. O modelo americano tem maiores ângulos de entrada e de saída. Ângulo central e altura de imersão são iguais.
Em teste no campo de provas da Ford em Tatuí (SP), todos os sete modos de tração (normal, eco, esportivo, escorregadio, areia, lama/terra e rochoso) mostraram alto desempenho. O Land Rover oferece cinco modos de gerenciamento de terreno, porém, não fiz comparativo direto.
O Bronco Sport tem dois ganchos de reboque dianteiros (para cinta, manilha ou gancho aberto) e mais um traseiro (desmontável). Versatilidade está entre os pontos altos: espaço sob o terço direito do assento traseiro, bolsas com zíper atrás dos bancos dianteiros, tampa traseira com iluminação regulável e abertura independente do vidro. Porta-malas recebe prateleira divisora robusta (pode virar uma mesa) e capacidade de 580 litros até teto. A fabricante não informou o volume padrão à altura do encosto do banco traseiro. Estimo ser quase equivalente aos 454 litros do Discovery Sport de cinco lugares.
Tração 4x4 por demanda inclui bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro. O motor 2-litros turbo a gasolina de 240 cv e 38 kgf.m garante respostas vigorosas. Câmbio automático convencional é de oito marchas. Em piso asfaltado, a carroceria inclina um pouco (teto em dois níveis eleva o centro de gravidade), no entanto, sem sustos. Há nove airbags e pacote robusto de auxílio eletrônico como controle adaptativo de cruzeiro com parada e arrancada automáticas, frenagem autônoma (detecta veículos e pedestres) e sistema de alerta com centralização na faixa de rolamento.
Sistema de áudio B&O é de primeira linha e central multimídia Sync 3 de 8 pol. conta com navegador GPS. Inclui carregador de celular por indução, duas portas USB, duas USB-C, duas de 12 V (console e porta-malas) e uma de 110 V também no porta-malas. Há conectividade interativa com o celular para comandar remotamente funções do veículo. Distância entre eixos de 2,67 metros oferece bom espaço interno.
O estilo marcante remete ao visual do primeiro Bronco lançado em 1966 nos EUA e produzido por 30 anos. O termo SUV, hoje transformado em lugar-comum, surgiu pela primeira vez justamente com esse modelo. Por sua faixa de preço, não vai incomodar o Jeep Compass, em posição privilegiada no mercado de SUVs médios. Uma versão menos completa lhe daria mais competitividade.
ALTA RODA
Disputa
O Audi RS E-Tron GT tem as mesmas qualidades dinâmicas e de desempenho do Porsche Taycan Turbo S, já que dividem a mesma arquitetura. Até o preço é semelhante (R$ 949.990), incluindo o exclusivo sistema elétrico de 800 V e recarregamento rápido das baterias. Em avaliação no autódromo Fazenda Capuava, em Indaiatuba (SP), o sedã-cupê impressionou por suas respostas de direção, suspensões e freios. Posição do volante quase vertical é típica de Porsche. As linhas do Audi, porém, são mais arrebatadoras.
Rumores
Estão mais fortes os rumores de um modelo Jeep menor que o Renegade. Arquitetura é a CMP (em inglês, Plataforma Modular Compacta), a mesma do Peugeot 208 fabricado na Argentina e do novo C3, no Brasil. Provavelmente para produção em Porto Real (RJ), onde existe grande capacidade ociosa. Ainda em relação ao Renegade, o novo motor tricilindro GSE turbo flex de um litro só estreará em 2022. SUV “light” com base no Argo terá a primazia deste motor, no próximo trimestre.
Despedida
Os modelos nacionais que pararam de ser produzidos este ano formam uma lista inédita na história. Ainda não se chegou ao fim do primeiro semestre e o 11º acaba de desaparecer formalmente. Depois de quase 40 anos no mundo e 14 anos fabricado no Brasil sai de cena o Mitsubishi Pajero Full. Outros 10 carros descontinuados em 2021: Etios hatch e sedã, EcoSport, Ka hatch e sedã, C3, Aircross, up!, Strada (da geração anterior que conviveu seis meses com a atual) e Montana. Até 31 de dezembro tem mais...
Semicondutores
A escassez mundial de semicondutores pode se estender ao começo de 2022, segundo estimativas de especialistas em cadeias produtivas. A recuperação das vendas de veículos em ritmo bem mais forte que o esperado trouxe um problema de disputa de chips com a indústria eletroeletrônica e também de outros setores. A fábrica da GM em Gravataí (RS), por exemplo, ficará três meses sem produzir neste primeiro semestre.