Fernando Calmon

Quer vender seu carro? O momento é agora

"É um bom momento para quem deseja vender. Situação inédita, pois, normalmente, automóveis depreciam-se em vez de valorizarem. As pessoas estão evitando transporte público e carros de aplicativos em razão da pandemia"

Veículos usados no segmento de automóveis e comerciais leves (94% do total) continuam a surpreender positivamente, segundo a Fenabrave. No comparativo entre setembro de 2019 e de 2020, as transações apresentaram alta de 8,41%. No acumulado dos primeiros nove meses, dos dois anos, a retração é de 24%, abaixo do que caiu o mercado de novos (33%).

O especialista Luca Cafici, CEO da Instacarro, explica a valorização dos usados:

“Combinação de dois fatores (maior demanda com redução da oferta) está gerando aumento significativo nos preços dos seminovos e usados. Assim, é um bom momento para quem deseja vender. Situação inédita, pois, normalmente, automóveis depreciam-se em vez de valorizarem. As pessoas estão evitando transporte público e carros de aplicativos em razão da pandemia.

“Em janeiro, por exemplo, o preço médio de um Volkswagen Fox 1.0 com 90 mil km rodados, era de 81% da Tabela Fipe — em agosto, subiu para 85%. Um Ford Ka 1.0 com baixa quilometragem foi negociado por 96% da Tabela Fipe em agosto, valorização de oito pontos percentuais em relação ao início do ano. Carros bem conservados e de alto giro com baixa quilometragem chegam a ser negociados por 100% da Tabela Fipe — ou até mais.

“Outra razão: locadoras venderam seus estoques logo nas primeiras semanas da pandemia e, agora, só operam no varejo porque não conseguiram ter acesso a novos veículos, uma vez que a produção das fábricas foi paralisada. Isso, evidentemente, não vai durar para sempre. Quando as locadoras começarem a renovar suas frotas, novamente, e a vender o estoque no atacado, a oferta aumentará bastante e os preços voltarão a cair”, conclui Cafici.

 

ALTA RODA

Mercado de luxo

Outra situação que foge do normal: a boa reação dos carros importados em meio à crise sanitária e à queda do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com a Abeifa (associação de importadores), em setembro deste ano, as vendas (2.834 unidades) foram apenas 0,4% inferiores ao mesmo mês de 2019. Além dos compradores terem renda maior, houve antecipação de compras para aproveitar estoques de carros importados com dólar mais baixo do que hoje. Previsão da entidade é redução de 15%, este ano, sobre 2019, contra 30% do mercado como um todo.

Retomada a caminho

Reed Exhibitions confirmou a Automec, de 6 a 10 de abril de 2021, no pavilhão São Paulo Expo. Reservada para fabricantes e clientes do setor de autopeças, será uma feira híbrida: presencial e com forte interação digital. Haverá cuidados especiais para evitar aglomerações, o que implica uma diminuição de 15% no número de visitantes. A fórmula híbrida indica o caminho para o Salão do Automóvel de 2022.