Avaliação

Aumentando a diferença

Corolla é o único sedã médio do Brasil com versão híbrida. Bastante tecnológico, faz até 20km/l na cidade

Bastante estigmatizado como carro de tiozão, o Corolla, nesta nova geração, deu a volta por cima. Com design ousado e trem de força híbrido, o sedã da Toyota une dois universos bem interessantes: conforto e economia de combustível.

O nosso contato com o Corolla Hybrid durou uma semana. Tempo mais do que suficiente para testar as qualidades do modelo. A começar pela boa autonomia, claro. Em qualquer deslocamento, em ciclo urbano, o consumo médio beirava ou ultrapassava os 20km/l. Para conseguir menos do que isso, somente com muito esforço ou dirigindo abaixo da velocidade das vias.

Em trajetos normais, o Corolla híbrido surfa em mar calmo. A suspensão filtra com precisão as irregularidades do solo, proporcionando bastante conforto. Os motores elétricos, então, são quase imperceptíveis. O silêncio impressiona quem nunca teve contato com esse tipo de tecnologia.

Debaixo do capô, o Corolla carrega um propulsor 1.8, flex, de quatro cilindros, 101cv e 14,5kgfm de torque. Já a dupla de motores elétricos tem 72cv adicionais. De forma combinada, o conjunto rende 122cv e 16,6kgfm de torque. É isso mesmo. Neste tipo de cálculo, não podemos, apenas, somar os números. O câmbio, do tipo CVT, é suave e ajuda a te manter longe dos postos de combustíveis. O único porém surge nas aceleradas mais fortes, quando a transmissão troca o silêncio pelo barulho dos giros do motor a combustão.

O Corolla híbrido não é tão esperto quanto o Corolla 2.0, mas faz bem o dever de casa. Os motores elétricos ajudam nas acelerações e nas ultrapassagens. Pode ficar tranquilo. Dá para viajar com toda a segurança.

Bastante ativado em congestionamentos e velocidades de cruzeiro, o modo 100% elétrico aumenta, ainda mais, o conforto a bordo. Com ele ligado, o silêncio reina absoluto. Somado ao ótimo isolamento acústico, o sedã é um bom lugar para pensar na vida ou mesmo curtir uma música.

Mesclando trajetos urbanos, de estrada e congestionamentos, a média do Corolla híbrido, durante os testes, foi de 17km/l com gasolina. Somente em Brasília, conseguimos uma média ainda maior, de 18,9 km/l. Números bastante interessantes, levando em consideração o tamanho e os 1.440kg do modelo. Sem falar que, na mesma direção, o motorista ajuda o meio ambiente emitindo menos gases poluentes na atmosfera.

Para você rodar tranquilo, a Toyota ainda oferece cinco anos de garantia para todo o veículo e outros três, oito no total, para o sistema híbrido, incluindo as baterias.

Mais completo

Com esse novo visual, o Corolla chama atenção nas ruas. Não é raro ver um ou outro pedestre apontando os dedos. Além de bonita, a nova geração ficou consideravelmente mais completa.

Por dentro, a versão topo de linha tem painel de instrumentos com uma tela central 100% digital. Os únicos marcadores analógicos ficam nas laterais, indicando o tipo energia, a combustão ou das baterias, além da temperatura do motor e o nível do combustível.

Vrum/CB/D.A Press - Corolla
Vrum/CB/D.A Press - Corolla

Função ok, mas e o formato?

A multimídia chama a atenção do lado de dentro. Com tela de oito polegadas sensível ao toque, ela tem câmera de marcha a ré e compatibilidade com Android Auto e Apple CarPlay — via cabo.

A única observação fica para o design. Quadrada e com botões sem necessidade, ela não é tão bonita quanto o restante do interior. Não questionamos o funcionamento, afinal todos os comandos são rápidos e, ainda, tem como acompanhar várias funções do computador de bordo pelo sistema.

Os bancos de couro com dois tons abraçam bem motorista e passageiros. Outro ponto legal é a performance do ar-condicionado digital de duas zonas. Bastam poucos minutos para climatizar a cabine toda, mesmo sob sol forte.

A versão Hybrid Premium oferece, também, bastante segurança. São sete airbags, controles de tração e estabilidade, controle de cruzeiro adaptativo (ACC), alerta de colisão frontal, teto-solar, alerta de mudança de faixa e sistema de frenagem autônoma de emergência — mas sem detecção de pedestres. Essa função só é liberada nos Corollas vendidos em outros mercados, como o norte-americano.

Bom, chegou a hora do veredito. O Vrum está longe de falar que o preço, R$ 147.340, está barato. Afinal, todos os veículos, vendidos no Brasil, estão bem acima do preço. No entanto, precisamos reconhecer: por tudo que a Toyota colocou no sedã, do visual às tecnologias, o seu dinheiro estará bem investido.