Atualmente, temos percebido uma movimentação profissional e um interesse bastante significativo para temáticas, conceitos, ações de inovação e um maior aproveitamento da atividade turística como mote para o desenvolvimento, principalmente de municípios que se atentam para a importância de pensarem em mecanismos tangíveis de diversificação da economia local.
Neste sentido, o “Turismo Criativo” vem sendo trabalhado e comercializado como um diferencial e até tem alcançado um certo destaque no mercado, mas de fato, nem todo mundo, compreende com clareza o que é afinal, essa vertente da atividade turística.
Pesquisando aqui e ali, conversando com colegas profissionais da área e buscando uma literatura, até aqui produzida sobre o tema, podemos entender, que o Turismo Criativo traz um conceito que alia turismo e criatividade, dando foco a experiências autênticas e interativas com a dinâmica cultural dos lugares onde o segmento é explorado.
Espera-se, que experiências autênticas e memoráveis, sejam efetivas, quando a interação com a criatividade e com a cultura local se tornam possíveis. Isso se dá, por exemplo, por meio da visitação a espaços culturais e artísticos, com a oportunidade de participação em oficinas e workshops de arte, artesanato e gastronomia, por meio de encontros setoriais com artistas, artesãos e produtores locais, participando de ações que valorizem e preservem o patrimônio cultural e histórico e naturalmente gerando oportunidades de vivencias consistentes nos festivais e eventos da cultura popular dos mais diversos lugares.
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Por consequência, a expectativa é que turismo criativo provoque a valorização para a autenticidade e singularidade dos lugares, para interação entre turistas e comunidades locais, contribuindo com o desenvolvimento sustentável e econômico das regiões, sempre com o olhar atento à necessidade clara de preservação do patrimônio cultural e natural.
Sustentabilidade é essencial para o turismo criativo
Em essência, o turismo criativo se firma com o propósito de promover a conexão de turistas, com a “alma dos lugares”, as pessoas, promovendo experiências transformadoras. Por isso, torna-se importantíssimo, que em tempos de impormos um comportamento mais pragmático e sensível em todos os setores, é que a sustentabilidade é tida como um elemento fundamental do Turismo Criativo.
Não é difícil entendermos a relação entre as práticas do turismo criativo e a sustentabilidade. É uma questão comportamental. Se queremos dar à atividade turística um tom sustentável, precisamos entender e disseminar o propósito de preservação do patrimônio cultural, dando a chance de conhecimento às gerações futuras, além de trazermos incentivo às práticas ambientais sustentáveis, com mira na proteção dos ecossistemas e da biodiversidade.
Da mesma forma, se pensamos na atividade turística, como motivação para o desenvolvimento dos lugares, que ele seja sustentável, já que tudo isto está intimamente ligado ao desenvolvimento econômico local e é certo que poderemos contribuir com a redução da pobreza e com a melhoria da qualidade de vida das comunidades.
Economia circular
E ainda no rol das novas terminologias, outro ponto, que traz uma contribuição bastante significativa, é a economia circular. Pontualmente o turismo promove a economia circular, reduzindo resíduos e claramente incentiva práticas sustentáveis.
Como isso pode ser percebido? É simples, basta sermos mais observadores e sensíveis em nosso olhar. Para entendermos os princípios da sustentabilidade no turismo criativo, é prático incentivarmos o respeito às tradições, aos costumes e claro, ao patrimônio cultural, sem perdermos o foco na importância de implementação de práticas sustentáveis pensando na redução de eventuais impactos ambientais.
Necessário também, termos a sensibilidade para o fato de que, em tempos de ESG, não se promove qualquer iniciativa que resulte na movimentação de pessoas e comunidades, sem termos clareza sobre a justiça social. Se queremos promover desenvolvimento, é fundamental promovermos também, igualdade, justiça e foco aos direitos humanos.
Tudo isso só terá sentido se realmente estas iniciativas, sirvam como incentivo para a economia local e por consequência induza a redução da dependência de um único segmento econômico, como é o caso das cidades mineradoras no Brasil, por exemplo.
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Por fim, se estamos falando de turismo criativo e de economia circular, é meio óbvio que pensemos também nos ambientes da inovação e da criatividade, que necessitam permanentemente de estímulos.
Turismo na zona rural
Portanto e obedecendo a natureza e as vocações dos municípios brasileiros, onde a zona rural apresenta inúmeros atributos passíveis de uso turístico, a implementação de projetos de base comunitária deve ser incentivada e é importantíssimo, que os atores locais, participem dos processos de gestão do desenvolvimento de seu território.
Outro atributo importante e presente em todo este cenário, é o aproveitamento das riquezas gastronômicas, como elo de promoção da culinária local e por consequência, contribuindo com o incentivo dos nichos de agricultura familiar e dos processos sustentáveis implantados neste contexto.
O melhor de tudo, é que com terminologias modernas, revigoradas, segmentadas ou não, o elemento mais importante no contexto do desenvolvimento sustentável de qualquer local, continua sendo as pessoas, as comunidades, os seres humanos. É isso é que garantirá um futuro próspero e economicamente viável.
Até a próxima.
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