Como todo cidadão do século 21, passo meus dias observando o mundo e o que acontece ao alcance dos meus olhos, mas eventualmente, sinto falta de saber o que se passa pelo mundo, na vida dos meus familiares, meus amigos e colegas de profissão, aí fica inevitável uma olhadinha nas redes sociais, nossa vida paralela no ambiente virtual.
Foi assim, acompanhando uma amiga turismóloga que admiro muito e que é uma incansável batalhadora do bom posicionamento da atividade turística no Brasil, que a vi comentando que “A hospitalidade mineira nasceu no sul de Minas, e eu posso provar!”.
Se de fato a hospitalidade mineira tem sua origem no sul de Minas Gerais eu não sei; como bom mineiro eu afirmo que somos um povo, realmente muito hospitaleiro e isso é uma das nossas principais características e foi aí que fiquei refletindo como o “fenômeno turismo” é interessante e sabe tirar valor das coisas mais simples que a vida nos dá!
Quanto vale a hospitalidade?
Imaginem, a hospitalidade tem valor e em alto grau! Sabemos pela lógica teórica, que o turismo mundialmente se dá em alguns pilares, entre eles, o ambiental, o econômico e o social, que lida com a equidade e com o respeito a pessoas e principalmente à cultura local.
Não é segredo também, que ouvindo a OMT – Organização Mundial do Turismo, que a atividade turística, considerada um fenômeno, além de compreender os pilares citados acima, é uma prática que se associa com todas as atividades que visitantes, também chamados de turistas, realizam nos destinos escolhidos e isso provoca de pronto, a movimentação financeira, foco final de qualquer transação comercial.
LEIA TAMBÉM: Kéramos, Terra Queimada – A Arte Milenar Da Cerâmica
O legal da situação e o que me pôs bastante pensativo, é o fato de ser possível, dar valor, visibilidade e competitividade comercial a um destino, se ali estiver presente um componente a mais, a hospitalidade. Acreditem, muitas vezes visitamos lugares luxuosos, suntuosos em sua arquitetura, fartos e com gastronomia diversa, mas é mais comum do que imaginamos, sentirmos falta do fator “hospitalidade” e isso faz toda a diferença.
O que é hospitalidade, afinal?
Imaginem, que pensando em hospitalidade, não pensamos em um tratamento especial, mas um acolhimento, um tratamento amável, gentil, cordial e é isso que muitas vezes aponta o valor agregado de muitos ambientes e destinos turísticos, que não são revestidos nem de luxo e nem de promessas de diversão mirabolantes.
A hospitalidade é uma maneira, digamos, privilegiada, de marcar momentos e encontros, por uma atitude de acolhimento, de cuidado a mais, de carinho com o seu interlocutor. No turismo, é muito importante o critério de aproximar as pessoas, promover vivências inesquecíveis e isso não se dá apenas com luxo, tecnologia e promessas intergalácticas.
Olha que simples! Hospitalidade se dá nos encontros, envolve trocas saudáveis, é tangibilizado nos sabores, nos cheiros e nos perfumes que cada pessoa hospitaleira consegue exalar e isso não é para qualquer um. Ouso dizer que hospitalidade é um dom!
Hospitalidade é também o respeito entre as pessoas, o respeito com os lugares e com as ofertas que podem ser disponibilizadas. É preciso darmos mais atenção a tudo isso, termos noção de hospitalidade como o ato de acolher bem de verdade.
Não é tão fácil ser hospitaleiro
É claro que a maioria dos serviços e equipamentos disponíveis no mercado do turismo, possuem esta noção da importância da hospitalidade, mas culturalmente, principalmente em outros continentes, não é raro nos vermos diante de lugares e destinos fabulosos, mas completamente gelados e pouco atraentes, pelo simples fato de não sentirmos o chamego hospitaleiro, que pagamos instintivamente por ele quando investimos em nosso lazer e nem sempre ele nos é entregue.
E sabem de uma coisa, não é tão fácil assim, praticar a hospitalidade. Ser hospitaleiro, vai muito além do básico, que normalmente se oferece no turismo. A hospitalidade não se resume em cama, mesa e banho! Hospitalidade, envolve coração aberto, envolve compreender e respeitar as expectativas de nossos clientes, que estão pagando, instintivamente, por ela. Todos nós, gostamos de um carinho a mais, não nos basta o conforto, mas é bom ganharmos bons ouvidos, bons interlocutores e pessoas que dedicam seu tempo com nossa diversão.
Um equipamento que percebe e preza pelo atributo da hospitalidade, ganha mais e naturalmente cuida melhor da sua prestação de serviços, oferece qualidade em tudo, com ética, acolhimento de primeira e profissionalismo.
Nada mais confortante que uma acolhida real e calorosa. Todo mundo espera ser bem recebido.
Reflexões de um turista
Vou escrevendo este texto e ao mesmo tempo me avaliando como turista. Estou para dizer a vocês que, após tantos anos atuando nos campos de planejamento e gestão de destinos e da atividade turística, as minhas maiores e melhores experiências até aqui como turista, foram aquelas onde de cara me vi envolvido em destinos e equipamentos que escancaram uma boa gestão, equipamentos onde as pessoas se comunicam bem, onde percebo, que todo o trato com os clientes, tem um selo de qualidade e profissionalismo, criatividade e organização.
LEIA TAMBÉM: Sunset na Estância
Nada melhor que isso, não é?
Ao final de tanta reflexão, vou até aproveitar para me avaliar e observar se tenho utilizado este atributo, a hospitalidade, no meu dia a dia, nas minhas relações comerciais, na minha própria prestação de serviços!
E voltando a citar a minha querida amiga turismóloga, que disse que a “hospitalidade nasceu em Minas Gerais”, não vou contrariá-la! Realmente não tem nada melhor que os sabores, aromas e sensações presentes e comuns em nosso estado!
Que isto seja percebido por todos e que este atributo promova cada vez mais, qualidade, competitividade e inserção de mercado a todos os produtos turísticos brasileiros, aliás, aproveito a oportunidade para dizer, que o povo paraense e o povo gaúcho também dão aula de hospitalidade e isso é muito especial
Agora, vou recorrer à internet, para começar a prospecção do meu próximo destino, férias à vista!!
Até a próxima.
Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo