Essa semana, participei como palestrante do Fórum de Negócios de Congonhas – FNEC, em sua VI Edição e que teve sua realização coordenada pela ADESIAP Minas. O Fórum de Negócios, segundo a equipe coordenadora, “é uma jornada colaborativa, que visa explorar a intersecção entre cultura e economia, impulsionando ideias criativas e inovadoras, em prol do desenvolvimento sustentável do município de Congonhas” em Minas Gerais.
Foram, três dias de apresentações, debates e muito aprendizado onde o público teve condição de refletir, a partir de inúmeras motivações sobre a importância de um olhar mais sensível, para que a cooperação, seja efetivamente um motor para o desenvolvimento.
O evento, muito bem pensado, cumpriu um objetivo de conclamar o setor produtivo e a sociedade, para uma reflexão conjunta, com vistas à implementação do Desenvolve Congonhas 2035, ou seja, uma agenda pragmática de ações colaborativas, que estrategicamente, contribuirá com o desenvolvimento econômico sustentável daquele município, que figura entre os mais importantes do rol das Cidades Históricas Brasileiras.
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A minha participação se deu pelo fato de que na primeira década do século 21, entre 2005 e 2009, tive a oportunidade de atuar como Secretário Municipal do Patrimônio Cultural e Turismo do município de Itabirito, também em Minas Gerais e ao mesmo tempo, presidia a Associação do Circuito do Ouro, uma governança regional, que ao lado do Governo Estadual, atuava na orientação da implantação da política nacional de regionalização do turismo, do governo federal, em 15 municípios do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais.
Por meio de equipes competentes, tanto na secretaria municipal, quanto na governança regional, com muito pragmatismo, determinação e aplicação certeira dos conceitos e diretrizes da política pública nacional, obtivemos o reconhecimento do Ministério do Turismo e em 2009, fomos destacados no Salão Nacional de Turismo, como a Melhor Gestão de Destino Turístico do Brasil, pelo município de Itabirito e como a Melhor Gestão de Destino Regional, pela Associação do Circuito Turístico do Ouro.
De fato, e quase 16 anos depois, olhamos para trás e concluímos, que realmente, merecemos tamanho reconhecimento por parte do governo federal naquele momento.
No Fórum de Desenvolvimento de Congonhas, falei um pouco sobre como foi saboroso passar por aquele acontecimento importante em minha carreira profissional e aproveitei a oportunidade, para enfatizar qual foi a estratégia que utilizamos à época para tamanhos resultados.
Os eventos no cenário da cultura e do turismo
Um dos pontos sensíveis e decisivos que tivemos, foi a utilização do segmento de eventos, para qualificarmos o calendário de eventos do município de Itabirito, para que se tornasse mais atrativo e acessível, com vistas a alcançar o público e o fluxo, nacional e internacional, que saía de Belo Horizonte em direção à Ouro Preto e que se atraído, poderia entrar em Itabirito e desfrutar de bons momentos com diversão farta, acessível financeiramente e oferecendo sempre, segurança e muita animação.
Para quem não conhece o destino, Itabirito é um município mineiro, que fica às margens da MG 356, à 53 km de Belo Horizonte e bem ao lado de Ouro Preto, uma destino âncora do turismo em Minas Gerais.
Com o calendário de eventos aquecido na cidade, foi inevitável entendermos o Papel da Produção Cultural Brasileira perante o interesse a ser despertado no fluxo turístico gerado pela atividade turística ofertada na região, especialmente em Ouro Preto.
Esta estratégia pode ser facilmente aplicada até hoje e em qualquer município brasileiro. O setor de eventos, continua efervescente e rentável.
De acordo com a ABRAPE – Associação Brasileira de Promotores de Eventos, o setor no Brasil movimenta R$291,1 bilhões em faturamento, com mais de 3 milhões de empregos gerados, dando sobrevida a uma média de 654.184 mil empresas e provocando o extraordinário volume de R$42 bilhões em impostos recolhidos nacionalmente. Convincente não é mesmo?
E neste cenário tão próspero, é notório, que a produção cultural brasileira desempenha um papel fundamental na cadeia produtiva do turismo no país. A rica diversidade cultural do Brasil, que se manifesta por meio da música, da dança, arte, literatura, gastronomia e patrimônio histórico, é um dos principais atrativos para os turistas nacionais e internacionais.
A produção cultural brasileira cria atrativos turísticos únicos, tais como o Carnaval, a Festa do Divino Espírito Santo e os festejos religiosos como um todo, eventos como Rock in Rio, os festivais da canção, festas temáticas, museus, teatros e seus diversos festivais de rua à disposição em toda parte e sítios históricos presentes em boa parte do país.
Todas estas atividades, são apresentadas como atrações do setor turístico e se consagram como formas importantes de contribuição da cadeia produtiva da cultura, abastecendo o universo da atividade turística.
Outro ponto positivo, são as experiências Autênticas oferecidas pela cultura brasileira e que seguem à disposição dos turistas em todo o território nacional. Como isso acontece? Te falo agora mesmo.
Por toda parte e ao longo de todo o ano, acontecem workshops, eventos setoriais de danças e de capoeira, cursos de culinária brasileira, feiras e festivais de literatura e até mesmo o simples desejo de visitação às comunidades locais.
Como aparecem os resultados dos investimentos na produção cultural
É assim, que a produção cultural brasileira, impulsiona o desenvolvimento regional, gerando oportunidades econômicas e sociais para as comunidades locais. Não vou desdobrar o “case” por aqui, mas vale pesquisar a riquíssima experiência vivida pela comunidade da Ilha de Deus em Recife, uma comunidade do manguezal, que teve sua realidade social modificada por força do reconhecimento de talentos locais e pelo impulsionamento de programas de empreendedorismo geridos e ofertados pelo Sebrae.
O melhor de tudo, é que agora, temos ainda um aliado forte para a promoção e comercialização de toda esta oferta, a tecnologia, que por meio do marketing turístico, a cultura brasileira e sua ampla produção, são utilizados como ferramentas de marketing, promovendo o país e lugares especiais, como destinos turísticos, únicos e atraentes.
É por tudo isso, que os benefícios chegam e são perceptíveis a todos. A movimentação econômica gerada pelos eventos de todas as naturezas, fazem um bem danado a todos e traz benefícios significativos para a cadeia de negócios em torno da atividade turística.
Isso pode ser medido por meio da geração de empregos diretos e indiretos em todos os setores das chamadas cadeias produtivas, que tanto na cultura quanto no turismo, privilegiam um número grande de segmentos de prestação de serviços.
Assim, o crescimento da economia, se faz também perceptível e motivador para a manutenção e para o aprimoramento destas iniciativas, espalhadas por todo o Brasil. Fica claro, que a produção cultural brasileira, diversifica fartamente a oferta turística, tornando estados e municípios, mais atraentes para turistas diferentes e com perfis, cada vez mais exigentes.
Os desafios da produção cultural
E como em todos os ambientes de negócios, o bônus, traz também o ônus e é aí que chegam os Desafios, que precisam ser enfrentados e transformados em novas e prósperas oportunidades.A melhoria da infraestrutura turística e cultural se faz necessária, já que ela contribui também para a melhoria da acessibilidade e da qualidade dos diversos atrativos.
Foi pensando assim, que tivemos sucesso naquele momento especial no início dos anos 2000. As parcerias geradas entre os setores público, privado e o terceiro setor, foram fundamentais para o fomento da produção cultural e para o fortalecimento da presença turística de nossa cidade e de nossa região turística, a partir de então.
Por isso, meus caros leitores, seguimos com a crença de que a produção cultural brasileira é um dos principais ativos do turismo no Brasil. Reforçamos incansavelmente, que é fundamental reconhecer e valorizar esse patrimônio, investindo em infraestrutura, em promoção e parcerias capazes de potencializar seu impacto na cadeia produtiva do turismo como um todo.
Até a próxima!
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