Cultura e Turismo

De Minas para o Espírito Santo: Habana Vieja leva musica cubana para o Pocar Festival Cultural

Formada em 2017 pelo pesquisador Camilo Bernales, a banda Habana Vieja abriu o POCAR Festival Cultural 2024, que segue até o dia 04 de agosto em Conceição da Barra no Espírito Santo.

De Minas para o Espírito Santo: Habana Vieja leva musica cubana para o Pocar Festival Cultural -  (crédito: Uai Turismo)
De Minas para o Espírito Santo: Habana Vieja leva musica cubana para o Pocar Festival Cultural - (crédito: Uai Turismo)
De Minas para o Espírito Santo: Habana Vieja leva musica cubana para o Pocar Festival Cultural
De Minas para o Espírito Santo: Habana Vieja leva musica cubana para o Pocar Festival Cultural (Foto: Jhonson Encina)

A República de Cuba, é um país insular localizado no mar do Caribe, na América Central e Caribe e de lá emanam ritmos musicais que agradam bastante onde são mostrados. O músico e pesquisador Camilo Bernales interessado em trazer para o Brasil o sabor particular de Cuba, formou a banda Habana Vieja em 2017 e com um trabalho de pesquisa da música popular latino-americana conseguiu comprovar, que cuba tem uma grande riqueza cultural e que é muito interessante.

Camilo Bernales comenta sobre Cuba, “uma ilha tão pequena com uma variedade imensa de rirmos muito complexos, com uma forma de tocar bem própria, que tem influenciado o mundo inteiro.”

Segundo Bernales, a música cubana contém ritmos de destaque como o Bolero, a Guajira, o Chá Chá Chá, o Son Cubano que dá origem à Salsa. Daí, podemos considerar a música cubana como uma grande potência na indústria musical, com estilos ainda vivos e em constante mutação.  

Habana Vieja

Atualmente o grupo Habana Vieja é composto por Guto Aires, na voz principal e acessórios, Camilo Bernales, no Tres Cubano e na direção musical, Eduardo Santos, no violão, Felipe “Jamaica” Menezes, no Baixo Acústico, Jhonson Encina, no Bongó, Marcos Tinti, nas Tumbadoras, Lawrence Aguiar, no Trompete e Rafael Leite, nos Timbales.

Pela formação e pelos instrumentos já dá para sentirmos a riqueza e a animação dos ritmos oriundos de anos de pesquisa e influência, que a música cubana exerce onde é mostrada.

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A música cubana, com seus famosos grupos de Mambo, na década dos anos 20, e o avanço dos meios de comunicação como o Rádio e o Cinema, deram pé para que o mundo inteiro se contagiasse com esses ritmos tão marcantes e o Brasil não ficou por fora desse Boom”, afirma Bernales.

Influência da música cubana no Brasil

Segundo Camilo, “aqui no Brasil nasceram estilos influenciados pela música cubana como o Samba Canção, que apresenta uma forte inclinação ao Bolero, ou ritmos cubanos como a Habanera que influenciaram os músicos brasileiros da época.”

Quem nunca se emocionou e soltou a voz com as músicas emblemáticas como o Guantanamera ou o Boom mais recente do grupo Buena Vista Social Club que sempre encanta o público brasileiro? 

De acordo com a pesquisa, Bernales afirma que a música tradicional cubana também compartilha origens e sonoridades com a música caipira de Minas Gerais, com uma sonoridade mais rústica, com instrumentos feitos de madeira, couro e cordas.

Percebemos músicas cantadas por pessoas rurais, com histórias de camponeses, as temáticas das letras são muito similares. Também podemos perceber uma semelhança da Viola Caipira com o Três Cubano, ambos instrumentos de cordas metálicas, tocados por camponeses, instrumentos que nasceram na roça.”

Camilo me convenceu de que a música mineira e a música cubana compartilham mesmo origem e sonoridades. Talvez seja por isso que o Habana Vieja é tão aceito pelo público mineiro.

Culturalmente falando, se compararmos a música a um idioma, a integração e a aproximação de saberes, fica facilitada em alto grau. Pelo Habana Vieja por exemplo, já passaram músicos de Cuba, El Salvador, Peru, Chile e Brasil. Mas, atualmente a banda se forma com a participação de músicos brasileiros e chilenos.

Haban Vieja e Minas Gerais

Atualmente, o Habana Vieja é um dos grupos exponentes da música cubana e latina no estado de Minas Gerais.

Com base em Minas Gerais, Camilo avalia que os mineiros sabem apreciar e degustar as coisas boas da vida, tanto na gastronomia como nas artes e classifica os mineiros como muito curiosos e receptivos, sobretudo com o que vem de outros países.

Camilo Bernales cita que “o povo mineiro tem abraçado com muito carinho e respeito o trabalho do Habana Vieja. No início não foi fácil, sabemos que no Brasil inteiro a tendência da indústria musical é difundir a música brasileira e americana, por isso o Habana Vieja teve que fazer um trabalho muito grande de divulgação para poder se posicionar dentro da cena musical, conquistando ao povo mineiro com o sabor da música cubana, a instrumentação e o carisma dos seus integrantes”.

De Minas para o Espírito Santo

De fato, atualmente, o Habana Vieja é um dos grupos exponentes da música cubana e latina no estado de Minas Gerais e passível de chegar a todos os cantos do Brasil. Não é à toa, que a banda participou da abertura do Festival Pocar, que acontece de 1 a 04 de agosto em Conceição da Barra, no Espírito Santo e está cheio de atrações totalmente gratuitas.

De acordo com a organização, o Pocar Festival de Cultura volta a ocupar as ruas e praças da cidade de Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo e durante os dias do evento, acontecerão mais de 40 atrações gratuitas, como música, teatro, dança, cultura popular tradicional, circo, cinema, literatura e artes plásticas, além de oficinas, rodas de conversa e atividades de formação.

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Animado, Camilo comenta que “O Pocar Festival de Cultura é um evento que promove a cultura em geral, mostrando o Teatro, o Circo e a Música. Idealizado pelo ator e produtor cultural “Didito” Camilo, em conjunto com o grupo Tambor de Raiz, o festival acontece a cada ano e chega em 2024 à sua 11ª versão”.  

Curiosidades sobre o Pocar Festival de Cultura

Pesquisando sobre o Pocar Festival de Cultura, descobrimos que um dos desdobramentos do evento, foi o fato de a produção do festival ter conseguido construir uma escola de artes na cidade, a Academia de Letras e Artes se Conceição da Barra e por lá são ministradas aulas de arte para a população atendendo o público em todas as idades.

Buscando mais informações, descobri que, o Pocar se consolidou como uma referência na cena cultural do Espírito Santo e isso é sensacional. Segundo consta, o evento é realizado pelo Instituto Cultural Tambor de Raiz e tem o objetivo de valorizar as manifestações culturais do Espírito Santo e do Brasil.

O legal é que o evento oferece diversos momentos em que as atrações percorrem as ruas e muitas vezes, se integram ao cotidiano da cidade. Outra curiosidade é que a produção do evento, opta por palcos mais baixos, proporcionando uma experiência mais próxima entre os artistas e o público.

Benedito Camilo, o coordenador do Festival e Presidente do Instituto Cultural Tambor Raiz, comenta que, “O Pocar é importante para Conceição da Barra e para o Espírito Santo por permitir que a cultura capixaba se mostre para o público e para artistas de outros lugares, que vêm conhecer e reconhecer a identidade capixaba e dialogar com ela”.

Habana Vieja abre um mercado pecular

Mas voltando ao Habana Vieja, quis saber de Bernales, se existem nichos especiais para a música cubana no Brasil e ouvi, que os nichos são escassos. Pelo visto, são poucos os lugares que exploram uma proposta de dar vazão à cultura latina no Brasil.

No entanto, Bernales comenta que trabalhando em conjunto com escolas de dança, restaurantes de gastronomía latinoamericana e espaços culturais interessados em fomentar a cultura, o Habana Vieja tem conseguido abrir um mercado atraente e peculiar, abrindo as portas ao público brasileiro para vivenciar a cultura latina e cubana por aqui.

Para quem se interessar pelo show do Habana Vieja, é bom saber que normalmente o público pode se deleitar com músicas características como Guantanamera, El Cuarto de Tula, La Negra Tomasa, Corazón Partio, entre outras. Os músicos citam que fazem também releituras do repertório brasileiro com músicas como A Primeira Vista, Estou Apaixonado e Espumas ao Vento.

O fundador da banda avalia, que a música tradicional cubana hoje está em uma etapa de preservação como também de transformação ou modernização e diz, “Tem grupos que cultivam uma forma mais conservadora do estilo como também grupos que trabalham uma modernização, tanto na forma de compor, como também na instrumentação”.

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E exemplifica, “a Família Valera Miranda e a Sierra Maestra, como grupos que cultivam uma forma mais tradicional e quanto aos grupos que experimentam uma modernização estão, a Los Jóvenes Clásicos del Son e Habana con Kola”.

Em Belo Horizonte

O grupo já tem conquistado espaços importantes da cena latina em Belo Horizonte.

Em Minas Gerais, o grupo já tem conquistado espaços importantes da cena latina em Belo Horizonte atuando em espaços como o Paco Pigalle, o Tambor Mineiro, a Autêntica, a Casa do Jornalista, o Odara, o Centro Cultural NECUP e o Bar Latino e na capital o Habana Vieja também se apresentou em eventos culturais como “Música na Varanda” do Cine Theatro Brasil e na “Virada Cultural de BH” no ano de 2019. 

Ainda não conheço Cuba, mas gostei de me aproximar um pouco mais do sabor cultural cubano por meio da música. Se você quiser mais informações sobre o Habana Vieja, é só ligar no 55 31 973455194 ou encaminhar sua mensagem para o e-mail: habanavieja.contato@gmail.com

Vou ficando por aqui, até a próxima.

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ubiraney.silva
postado em 03/08/2024 06:11
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