Ramadã

Esplanada das Mesquitas tem 1a grande reunião desde início da pandemia

Esplanada das Mesquitas abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. É administrada pelo Waqf de Jerusalém, um organismo subordinado à Jordâni

Agência France-Presse
postado em 16/04/2021 14:23 / atualizado em 14/05/2021 10:19
 (crédito: Juliana Moreira Lima/CB/D.A Press)
(crédito: Juliana Moreira Lima/CB/D.A Press)

Graças a uma intensa campanha de vacinação, milhares de muçulmanos se reuniram nesta sexta-feira (16/4) em Jerusalém, na Esplanada das Mesquitas, para uma primeira grande oração do Ramadã desde o início da pandemia de covid-19.

No ano passado, o acesso a este local foi fechado ao público durante o Ramadã, devido à crise sanitária global. Sua reabertura acontece sob estritas condições sanitárias, limitando o número de fiéis.

Nas últimas semanas, Israel, que, em 1967, anexou a parte oriental de Jerusalém - onde estão os lugares sagrados -, lançou uma série de medidas de desconfinamento. Isso foi possível, graças a uma intensa campanha de vacinação que permite maiores concentrações nos locais de culto.

"É a primeira vez que podemos estar em plena capacidade desde o início da pandemia", disse à AFP o xeque Azzam Al Khatib, diretor do Waqf, o órgão que administra os locais sagrados muçulmanos na Cidade Velha.

Nesta sexta-feira (16/4), pouco depois do início da oração, um fotógrafo da AFP confirmou a presença de milhares de fiéis.

Para Mustafa Abu Sway, outro membro do Waqf, este encontro foi o "mais importante" na mesquita de Al-Aqsa desde o início da pandemia.

"É um dia de ouro", resume, sorrindo, Duad Salhab, de 65 anos, barba branca e áspera, ao sair da oração, a respeito do retorno ao terceiro local mais sagrado do Islã, depois de um Ramadã "trancado em casa" no ano passado.

"Desde que Al-Aqsa reabriu no ano passado (após 10 semanas de fechamento) é preciso orar respeitando uma distância de um metro entre cada pessoa, mas ali (na Esplanada das Mesquitas) estávamos apertados uns contra os outros", comenta Mohamed, um médico de 34 anos.

Ainda que algumas dezenas de milhares de palestinos tenham se reunido nesta sexta-feira, seu número era menor do que nas reuniões de antes da epidemia de coronavírus, segundo vários fiéis.

"As pessoas ainda têm medo do coronavírus e estão certas", mas pelo menos "vemos uma luz no fim do túnel", ressaltou este palestino de Jerusalém Oriental.

Para esta primeira oração de sexta-feira desde o início do mês de jejum muçulmano esta semana, as autoridades israelenses anunciaram que permitiriam o ingresso de "10.000 palestinos vacinados" procedentes da Cisjordânia.

"Essas medidas foram tomadas para permitir a liberdade de culto e limitar a possível disseminação da covid-19", ressalta a Unidade de Coordenação de Atividades do governo israelense nos Territórios Palestinos (COGAT).

"Várias pessoas da minha família que moram em Ramallah (Cisjordânia) não puderam vir porque não receberam autorização", comentou Majd Abu Myyaly, um vigilante de 27 anos.

Chamada de Haram al Sharif (Nobre Santuário) pelos muçulmanos e de Monte do Templo pelos judeus, a Esplanada das Mesquitas abriga o Domo da Rocha e a Mesquita de Al-Aqsa. É administrada pelo Waqf de Jerusalém, um organismo subordinado à Jordânia.

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