Nos Estados Unidos, pesquisadores do sistema de saúde Mass General Brigham descobriram um novo fator de risco para o Alzheimer. A probabilidade de alguém desenvolver a doença neurodegenerativa é maior quando há histórico familiar da condição do lado materno. Em outras palavras, quando a mãe já teve um diagnóstico positivo para a doença.
O histórico familiar paterno também é importante nessa equação dos riscos, mas apenas quando o pai desenvolve o Alzheimer de início precoce, ou seja, manifestou os primeiros sinais da doença antes dos 65 anos. No caso das mães, não faz diferença a idade em que a condição surgiu.
"Este trabalho indica que a herança materna da doença de Alzheimer pode ser um fator importante na identificação de indivíduos assintomáticos para ensaios de prevenção em andamento e futuros", sugere Reisa Sperling, médica neurologista e coautora do estudo, em nota.
Entretanto, os pesquisadores não sabem explicar o porquê da doença ter maior conexão com o lado materno do que o paterno entre os descendentes. É possível que haja alguma variação genética associada, mas nenhum motivo foi determinado pela ciência ainda.
Risco de quem tem mãe com Alzheimer
Publicado na revista JAMA Neurology, o estudo se concentrou na análise de caso de 4,4 mil voluntários, provenientes dos EUA, Austrália, Canadá ou Japão. Os participantes tinham entre 65 e 85 anos quando entraram na pesquisa, sendo que nenhum apresentava níveis de declínio cognitivo naquele momento.
Ao longo do estudo, os voluntários foram entrevistados e contaram sobre os possíveis casos de Alzheimer na família, detalhando se eram provenientes de uma herança materna ou paterna.
Os participantes também realizaram um exame de imagem conhecido como PET-CT para analisar o cérebro. O teste identifica a formação de placas de beta-amiloide (β-amiloide), um dos indicadores da doença de Alzheimer em idosos, já que as placas têm capacidade de afetar o funcionamento dos neurônios.