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Remédios 'naturais' para emagrecer são um perigo para saúde

Análise da Unicamp revela que falsos remédios vendidos como fitoterápicos contêm substâncias de uso controlado, como fluoxetina, e colocam pacientes em risco

Na internet e nas redes sociais, é possível encontrar “remédios” para emagrecimento e perda de peso, com a promessa de serem 100% naturais. Nesses anúncios, a base de tal medicação fitoterápica pode ser o extrato de carqueja, por exemplo. No entanto, análises de laboratório revelam a composição de tais pílulas, onde são encontradas substâncias de uso controlado.

É o que revela um estudo em andamento, conduzido do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATOx) da Unicamp. Ao analisar o pó dessas pílulas para emagrecer, os cientistas identificaram a presença de sibutramina, fluoxetina e bupropiona. São todas substâncias de uso controlado, normalmente adicionadas em remédios que exigem retenção da receita médica.

border="0" Qual a diferença entre remédio “convencional” e fitoterápico? De forma técnica e legal, o fitoterápico é um medicamento e, como tal, segue as mesmas regras dos remédios convencionais. A diferença entre eles é que o fitoterápico contém, na fórmula, um extrato vegetal (natural). Entretanto, o Brasil não conta com nenhum fitoterápico registrado para a perda de peso, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Falsos remédios naturais de emagrecimento

O estudo da Unicamp sobre a venda de falsos remédios naturais para a perda de peso começou com o relato de médicos. Esses profissionais da saúde identificaram que alguns pacientes estavam tomando pílulas compradas na internet para o emagrecimento, sem nenhuma orientação. 

A partir dessas queixas, a equipe de pesquisadores do CIATOx começou a monitorar medicamentos, vendidos supostamente como fitoterápicos pela internet. 

As primeiras conclusões das análises laboratoriais, ainda não publicadas em uma revista científica, indicam que essas pílulas não têm nada de naturais. Na verdade, representam riscos para a saúde dos usuários, como explica José Luiz da Costa, professor de toxicologia e coordenador executivo do CIATOx da Unicamp, para o Canaltech.

Substâncias encontradas nas análises da Unicamp

“As substâncias que nós identificamos foram a sibutramina, que é um medicamento usado para emagrecer, mas que precisa ser usado com acompanhamento médico”, afirma Costa. Na farmácia, é um daqueles medicamentos com tarja preta.

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