Tecnologia

Lixo espacial deveria entrar em combustão, mas por que alguns caem na Terra?

Pedaços de lixo espacial caíram nos últimos meses — e engenheiros não entendem o porquê, já que os objetos deveriam ter queimado na reentrada atmosférica

Em março, um objeto da Estação Espacial Internacional atingiu uma casa nos Estados Unidos. Em maio, um possível fragmento de um dos veículos da SpaceX  caiu na propriedade de um fazendeiro no Canadá. Em todas estas ocasiões, os engenheiros envolvidos esperavam que os objetos reentrassem na atmosfera terrestre e fossem queimados, mas não foi o que aconteceu. 

Estes incidentes se juntam a outros semelhantes, e destacam como são urgentes mais pesquisas sobre o que acontece quando um veículo espacial realiza uma reentrada descontrolada pela atmosfera. “A maior necessidade imediata agora é apenas trabalhar um pouco mais para realmente entender todo esse processo”, disse Marlon Sorge, diretor executivo do Centro de Estudos Orbitais e de Reentrada da The Aerospace Corporation.

Claro, detritos espaciais caem na Terra desde o início da Era Espacial, no fim da década de 1950. Hoje, os foguetes e satélites são feitos de materiais mais leves, mas os engenheiros ainda estão aprendendo como tais estruturas reagem às condições extremas da reentrada: durante o retorno à Terra, estes componentes ficam expostos a alguns milhares de graus Celsius, combinados a forças aerodinâmicas capazes de rompê-los completamente.  

“Não são apenas os materiais que vão nos compostos [mais leves]”, observou Greg Henning, gerente de detritos e descarte na Aerospace. “É como o composto é feito. Sempre há algum tipo de geometria, como uma trama ou algo do gênero, que pode ser exclusiva de um fabricante para outro, mesmo que os materiais em si sejam os mesmos”, acrescentou.

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