Tecnologia

Bactérias infecciosas são detectadas em tintas para tatuagem

Cientistas testaram 75 tintas de tatuagem (que estavam fechadas e prometiam ser estéreis) de 14 marcas diferentes e encontraram bactérias em 26 das amostras

Preocupação desbloqueada: um artigo da Applied and Environmental Microbiology mostrou na última terça-feira (2) que mais de um terço das tintas para tatuagem nos EUA testou positivo para bactérias. Com isso, as tintas podem ser uma fonte de infecções. Não foram avaliados produtos brasileiros.

Ao todo, os pesquisadores do National Center for Toxicological Research testaram 75 tintas de tatuagem de 14 marcas populares, em busca de bactérias aeróbicas (aquelas que necessitam de oxigênio para realizar a respiração celular e obter energia) e anaeróbicas (que não precisam de oxigênio e obtêm energia através de processos como a fermentação).
 
Do total de tintas testadas, 26 (cerca de 35%) estavam contaminadas com bactérias aeróbicas e anaeróbicas, mesmo que mais da metade dos rótulos das tintas sinalizasse que os produtos são estéreis.

Isso deixa duas possibilidades: ou o processo de esterilização é ineficaz ou as alegações apresentadas nos rótulos das tintas são imprecisas.

"Nossas descobertas revelam que tintas de tatuagem fechadas e lacradas podem abrigar bactérias anaeróbicas, conhecidas por prosperar em ambientes com baixo teor de oxigênio, como a camada dérmica da pele, juntamente com bactérias aeróbicas", afirma o co-autor do estudo, Seong-Jae (Peter), em comunicado divulgado pela American Society for Microbiology.

Bactérias nas tintas de tatuagem

"Os resultados enfatizam a importância de monitorar esses produtos para bactérias aeróbicas e anaeróbicas, incluindo microrganismos possivelmente patogênicos", acrescenta o pesquisador.

Para detectar as bactérias infecciosas, os cientistas misturaram cada tinta com uma substância rica em nutrientes que pudesse fornecer o ambiente adequado para a proliferação. Em seguida, as amostras foram colocadas em dois tipos de ambientes: uma incubadora comum para bactérias que precisam de oxigênio e uma câmara especial sem oxigênio para aquelas que não podem viver com oxigênio.

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