O escocês Grant Morrison é um dos maiores escritores de histórias em quadrinhos, e, além de um catálogo invejável de clássicos, como Batman: Asilo Arkham e Grandes Astros: Superman, ele também é conhecido pela crença real em magia — algo que tem em comum com seu rival histórico, Alan Moore. E, nos anos 1990, uma de suas HQs seminais, Os Invisíveis, teria evitado o cancelamento graças a um ritual coletivo dos fãs.
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Pode parecer maluquice, contudo, Morrison acredita realmente na magia e até já exemplificou de forma prática como criar um sigilo, um símbolo de concentração que reúne os principais pontos de uma ideia transformada em frases.
E, em meados dos anos 1990, Morrison fez um pedido aos fãs que muitos consideraram ultrajante: para evitar o cancelamento do título mensal The Invisibles, o escritor, ao lado da desenhista Jill Thompson, do colorista Daniel Vozzo e do letrista Clem Robbins, incentivou os leitores a realizarem um ritual coletivo de “magia sexual” no Dia de Ação de Graças.
E muitos toparam fazer isso, e, coincidência ou não, a revista foi salva do cancelamento.
Do que se trata Os Invisíveis?
The Invisibles, ou Os Invisíveis, estreou no selo adulto da DC Comics, o finado Vertigo, como uma das apostas mais ousadas da editora Karen Berger, em 1994. Depois de promover uma “renascença artística” nos quadrinhos no final dos anos 1980 com suas autênticas e complexas maluquices nos títulos Homem-Animal e Patrulha do Destino, sua nova proposta soava ainda mais desafiadora para o público — mesmo para os leitores já acostumados com as tramas desconcertantes da linha alternativa de gibis.
Em 1995, pouco mais de um ano após a estreia, Os Invisíveis ainda sofria certa resistência de grande parte dos leitores, que não conseguiam acompanhar sobre o que a série realmente tratava. Morrison mergulhou em uma tentativa ambiciosa de “explicar a existência”, baseada numa epifania xamânica induzida por substâncias ilegais consumidas em uma viagem a Katmandu.