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SUS incorpora terapia que substitui cirurgia em metástase no fígado

Com a incorporação da técnica de ablação térmica, pacientes com metástase no fígado não precisarão da cirurgia tradicional para eliminar os tumores no SUS

A partir de setembro, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve oferecer uma nova alternativa de tratamento oncológico para pacientes com metástase no fígado. Classificada como minimamente invasiva, a técnica não envolve a retirada dos tumores secundários, mas, sim, a destruição deles induzida por altas temperaturas. É a ablação térmica.  

Durante o procedimento contra o câncer, o médico insere uma espécie de “agulha”, guiada por equipamentos de ultrassom ou tomografia, que “queima” e danifica as células cancerígenas no fígado, com temperaturas superiores a 60 ºC.

Anteriormente, a técnica que substitui a cirurgia em caso de metástase hepática estava disponível apenas para pacientes com planos de saúde. No entanto, a decisão do Ministério da Saúde, através da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vai ampliar o acesso à terapia.

Câncer colorretal no fígado?

Vale observar que a técnica da ablação é indicada apenas para tumores secundários no fígado. Nesses casos, a doença surgiu a partir de um quadro de câncer colorretal (cólon e reto) e se espalhou, por causa da metástase, para outras regiões do corpo.

"O câncer de cólon e reto é considerado tratável e frequentemente curável quando diagnosticado de forma localizada no intestino”, explica a Conitec, em nota. “A maioria das mortes relacionadas à doença está associada à metástase, quando as células do tumor se espalham para outros órgãos”, como o fígado, complementa.

Segundo a Conitec, cerca de 20% dos pacientes com câncer colorretal já são diagnosticados com metástase, sendo o fígado o órgão acometido mais comum.

A relação tão alta entre o câncer colorretal e metástase no fígado pode ser explicada pelo fato de que o fígado atua como “peneira”, filtrando o sangue. Então, as células cancerígenas originadas no intestino vão para a corrente sanguínea e são “filtradas” no sistema hepático, onde podem se desenvolver e formar tumores.

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