A Boeing anunciou nesta segunda-feira (8) que irá se declarar culpada de uma acusação de fraude criminal referente a dois acidentes com aviões 737 MAX 8 da Lion Air e da Ethiopiar Airlines, ocorridos em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas.
Acusada de forjar a certificação das duas aeronaves e não reformá-las como pedido pela FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos), a Boeing resolveu admitir a culpa com um objetivo simples: evitar um julgamento criminal, como desejam as famílias das vítimas que perderam a vida nos acidentes.
A empresa também terá que se reunir com os familiares dos mortos nos acidentes com o MAX em um futuro próximo. A decisão de evitar o julgamento da Boeing, porém, desagradou aos familiares, que a rotularam de “abominação atroz”.
Segundo o advogado de uma das famílias, o acordo de confissão serve apenas como “paliativo corporativo”, e mostra que a cultura da Boeing continua a mesma, priorizando o lucro acima da segurança de suas aeronaves.
We had the honor of delivering our 1,500th 737 MAX, which went to @Ryanair.
We're grateful to Ryanair for their partnership, and appreciate all of our global customers who choose the 737 MAX. pic.twitter.com/621kfZPl7a— Boeing Airplanes (@BoeingAirplanes) May 14, 2024
Boeing terá que pagar multa bilionária
O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos também decretou que a Boeing pague uma multa bilionária ao admitir culpa no processo de fraude criminal e, assim, escapar de um julgamento que certamente se tornaria um espetáculo de mídia.
De acordo com o órgão, a empresa terá que pagar US$ 243,6 milhões (mais de R$ 1,3 bilhão) e, ainda, investir mais US$ 455 milhões (R$ 2,49 bilhões) nos próximos três anos em “melhorias de seus programas de segurança e conformidade).
Caso descumpra o acordo, que será acompanhado de perto por um monitor independente, a Boeing sofrerá penalidades adicionais e uma multa ainda maior, segundo o DoJ.