Tecnologia

Boeing admite culpa e pagará multa bilionária por acidentes com 737 MAX

Acusada de fraude criminal que resultou em dois acidentes com 346 vítimas fatais, a Boeing anunciou que vai assumir a culpa e, assim, evitar ir a julgamento

MAIS LIDAS

737 max -  (crédito: Divulgação/Boeing)
737 max - (crédito: Divulgação/Boeing)
Paulo Amaral - Canaltech
postado em 08/07/2024 12:36

A Boeing anunciou nesta segunda-feira (8) que irá se declarar culpada de uma acusação de fraude criminal referente a dois acidentes com aviões 737 MAX 8 da Lion Air e da Ethiopiar Airlines, ocorridos em 2018 e 2019, que resultaram na morte de 346 pessoas.

Acusada de forjar a certificação das duas aeronaves e não reformá-las como pedido pela FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos), a Boeing resolveu admitir a culpa com um objetivo simples: evitar um julgamento criminal, como desejam as famílias das vítimas que perderam a vida nos acidentes.

A empresa também terá que se reunir com os familiares dos mortos nos acidentes com o MAX em um futuro próximo. A decisão de evitar o julgamento da Boeing, porém, desagradou aos familiares, que a rotularam de “abominação atroz”.

Segundo o advogado de uma das famílias, o acordo de confissão serve apenas como “paliativo corporativo”, e mostra que a cultura da Boeing continua a mesma, priorizando o lucro acima da segurança de suas aeronaves.

Boeing terá que pagar multa bilionária

O Departamento de Justiça (DoJ) dos Estados Unidos também decretou que a Boeing pague uma multa bilionária ao admitir culpa no processo de fraude criminal e, assim, escapar de um julgamento que certamente se tornaria um espetáculo de mídia.

De acordo com o órgão, a empresa terá que pagar US$ 243,6 milhões (mais de R$ 1,3 bilhão) e, ainda, investir mais US$ 455 milhões (R$ 2,49 bilhões) nos próximos três anos em “melhorias de seus programas de segurança e conformidade).

Caso descumpra o acordo, que será acompanhado de perto por um monitor independente, a Boeing sofrerá penalidades adicionais e uma multa ainda maior, segundo o DoJ.

x