Não é de hoje que armas automatizadas vêm sendo usadas em combates armados. Com o avanço da Guerra na Ucrânia, no entanto, a utilização fatal de drones autônomos comandados por Inteligência Artificial ganhou ainda mais força e pôs em xeque limites éticos e legais, além de transformar o país em um celeiro de armas tecnológicas.
De acordo com informações da Foha de São Paulo, publicadas neste domingo (8), diversas empresas ucranianas vêm trabalhando na chamada militarização da tecnologia de consumo. Uma rede de produção que, na prática, ajuda a criar um sistema de armas mais inteligentes (e mortais), que podem operar quase que sozinhas.
A Vyriy, um das empresas citadas na matéria, consegue, por exemplo, criar “drones assassinos": quadricópteros que podem ser muito ágeis, além de silenciosos, e que guiados por um software podem mirar, rastrear e perseguir um alvo, fazendo dele sua vítima.
A prática, que vem ganhando força desde o final do ano passado, é vista por muitos como a única forma de manter a Ucrânia “no jogo” da guerra contra a Rússia. O que, claro, vem injetando ainda mais recursos tanto do governo quanto da iniciativa privada na criação de drones e outros tipos de armas tecnológicas.
Para além de todos os problemas éticos e de regularização de uso, a situação, no entanto, cresce em uma velocidade impressionante e vem transformando a Ucrânia em um celeiro da “tecnologia mortal” a ponto de chamar atenção de países como os Estados Unidos.
Drones causam preocupação nas Nações Unidas
Embora o armamento produzido na Ucrânia ainda não seja suficiente para rivalizar com os avanços feitos pelos Estados Unidos ou China no setor, onde o investimento é muito mais significativo, o país e a sua produção de drones têm chamado a atenção de muita gente.
Além de exigirem um baixo custo e serem programados muitas vezes em locais improvisados, muitos de seus códigos já estão disponíveis na internet, o que tem, inclusive, acendido um alerta dos Estados Unidos para perigos de ataques terroristas.
Um artigo do New York Times do final do ano passado, revela que as Nações Unidas, por sua vez, seguem cada vez mais preocupados com o avanço da Inteligência Artificial no setor e como ela vem sendo usada para dar autonomia a máquinas mortais.
A maior preocupação da organização é a de como, eventualmente, decisões de vida ou morte podem ser abandonadas nas mãos da própria IA, podendo, inclusive, fazer vítimas não intencionais.
Fonte: Folha de São Paulo e New York Times