O foguete Alpha, da Firefly Aerospace, que faz parte da Iniciativa de Lançamento CubeSat da NASA, proporcionou imagens espetaculares ao rasgar, literalmente, os céus da Califórnia, nos Estados Unidos, logo após seu mais recente lançamento, no último dia 3 de julho.
O cientista David Blanchard utilizou recursos de timelapse e publicou em sua conta no X (antigo Twitter) o exato momento em que o Firefly Alpha, lançado da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórina, com oito pequenos satélites da NASA, “rasgou o céu”, fenômeno que é conhecido como buraco ionosférico.
A ionosfera, vale lembrar, é uma camada da alta atmosfera terrestre que está na faixa dos 80 a 600 quilômetros acima da superfície do planeta. Esse intervalo corresponde a toda a termosfera e também uma porção da mesosfera, abaixo dela.
Nesta parte da atmosfera, as moléculas e átomos presentes estão sujeitas à radiação ultravioleta extrema — ondas na faixa de 10 a 120 nanômetros, enquanto o ultravioleta-A, que chega até nós, está entre 315 e 400 nanômetros — e aos raios-X provenientes do Sol. Esta radiação é altamente ionizante, ou seja, possui energia o bastante para remover elétrons de um átomo.
Time-lapse video of the @Firefly_Space launch this evening. Video clearly shows the ionospheric red glow. pic.twitter.com/oZaVdy8wnt
— David Blanchard (@dblanchard_AZ) July 4, 2024
“Rasgo” no céu não é inédito (e nem perigoso)
Apesar da radiação ultravioleta extrema que existe na ionosfera, o “rasgo” causado pelo lançamento do foguete da Firefly durante a missão, batizada de Noise of Summer, não é motivo para causar qualquer tipo de preocupação, medo ou ameaça à vida na Terra.
Segundo os cientistas, embora raro, esse fenômeno não é inédito, e um foguete da própria Firefly causou algo similar em setembro de 2023. Na ocasião, como agora, o “rasgo” se fechou rapidamente, tão logo os gases foram ionizados, sem qualquer prejuízo ao planeta.