Já pensou em fabricar objetos de madeira por meio de impressão 3D? Um grupo de cientistas da Universidade Marsh Rice, dos Estados Unidos, decidiu investigar o potencial da técnica de fabricação com o uso desse material. Os pesquisadores conseguiram realizar o projeto e publicaram, em detalhes, a experiência e os resultados do estudo, na revista Science Advances.
- Detecção de resíduos: sensor identifica subprodutos da indústria na água
- IA será capaz de se reproduzir sem ajuda humana até 2028, diz CEO
"Podemos imprimir madeira em 3D puramente, a partir de componentes fundamentais, sem usar aditivos? Por trás dessa curiosidade, havia a necessidade crescente de reaproveitar resíduos de madeira para reduzir o desmatamento de árvores, o que é um dos marcos fundamentais para um futuro sustentável", relata o autor principal do estudo, Muhammad Rahman.
Por dois anos, os cientistas trabalharam o projeto, quando foi otimizada a composição de tinta usada para impressão em 3D. O material obtido é à base de água e contém os principais componentes da madeira natural: a lignina e a celulose. Os pesquisadores buscaram ajustar a proporção desses dois elementos para alcançar um "equilíbrio natural".
Tratamento
Rahman classifica o material aprimorado como uma "pasta de tinta". O cientista explica que o insumo foi testado no método de impressão 3D de "escrita direta com tinta". Pela técnica, a matéria-prima é pressionada por um bico para produzir o objeto pretendido. O produto endurece à medida que o material de fabricação esfria. Depois, o item passa por um tratamento térmico para ficar mais resistente e firme.
"As propriedades visuais, texturais, olfativas e mecânicas da nossa madeira impressa em 3D são notavelmente semelhantes às da madeira natural", destaca o principal autor do estudo.
Essa etapa da pesquisa recebeu suporte do Escritório de Ciências, Ciências Básicas e da Divisão de Engenharia do Departamento de Energia dos Estados Unidos, da Universidade Marsh Rice e da Rice Shared Equipment Authority. Para a próxima fase de estudo, Rahman afirma que o seu grupo quer ampliar e explorar "os limites superiores das propriedades mecânicas da madeira impressa em 3D".
Para saber mais // Exploração ilegal na Amazônia
De agosto de 2021 a julho de 2022, o Mapeamento da Exploração Madeireira na Amazônia constatou que em aproximadamente 106,5 hectares da região, houve exploração ilegal de madeira. Os dados são catalogados do Acre, do Amazonas, do Mato Grosso, do Pará, de Rondônia e de Roraima pela Rede Simex.A organização é composta pelos Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável (Idesam), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Instituto Centro de Vida-Rede Floresta (ICV).
A última atualização da pesquisa foi apresentada durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-28), em Dubai, nos Emirados Árabes, em dezembro de 2023.
*Estagiária sob supervisãode Renata Giraldi